Deve tratar de futebol quem disso percebe
Texto de Maria Inês
1. O Sporting sofre aos 2 minutos de jogo e eu continuo a jantar tranquilamente com os batimentos cardíacos zero alterados.
O Sporting mantém o empate até ao intervalo e a tranquilidade persiste.
Uma pontinha leve de ansiedade durante 5 minutos até às primeiras mexidas na equipa.
O golo da vitória aparece naturalmente e até ao fim só me resta a dúvida: ainda conseguiremos marcar outro?
Acaba o jogo, tranquilidade total. Felicidade de ver uma vez mais o dever cumprido.
Obviamente algum dia não correrá bem e acabaremos por empatar ou mesmo perder, mas nesse momento nem isso alterará a minha tranquilidade porque será só a natural excepção que confirma a regra.
Há quantos anos não se tinha tanto prazer e tanta tranquilidade a ver o Sporting jogar?
Já nem me lembro.
2. Apesar de ele humildemente querer dividir os louros com toda a estrutura, não tenho a mínima dúvida de que o grande artífice - e responsável por 90% do que estamos a ver - se chama Rúben Amorim.
Basta ouvir: inteligência, fluidez e assertividade em cada um dos seus discursos e conferências de imprensa.
Se toda a porcaria que tivemos de comer nos últimos cinco anos foi para isto... Olha, valeu a pena.
Agora, a seu tempo, é só dar ao rapaz uma direcção que esteja ao seu nível, que tenha a mesma competência, humildade e capacidade de comunicação, e não sei onde poderemos chegar.
Diga-se em abono desta direcção que finalmente parece ter percebido que quem deve tratar de futebol é quem percebe de futebol. Ao que parece, nas modalidades verifica-se o mesmo princípio com resultados semelhantes.
No fundo é isto que se exige a uma direcção: competência nas escolhas da sua equipa de "generais" para o terreno, humildade para aprender com os erros e sentido do dever. Com estes princípios é mais natural que os resultados apareçam. E se não aparecerem é continuar e persistir. Não estamos sozinhos nisto, não podem ganhar todos e muitas vezes há alguém a ser mais competente que nós.
O resultado está à vista: Tranquilidade Total.
Texto da leitora Maria Inês, publicado originalmente aqui.