Destilar ódio
Toda a sociedade se mobiliza para dar luta ao terrível coronavírus que acaba de vitimar uma das nossas mais conceituadas cientistas. Toda? Toda, não: num obscuro tugúrio, sem máscara capaz de pôr à distância o veneno do rancor nem viseira protectora contra o vírus da inveja, um sujeito persiste em preencher o seu tempo a espumar contra tudo e todos, cuspindo atoardas, regurgitando fel, exibindo azia em doses descomunais.
A quarentena tem revelado o melhor de muitos portugueses. Infelizmente, revela também o pior de quem nada faz em benefício dos outros e persiste em destilar ódio, indiferente ao luto colectivo e à dor alheia.