Desconsolo
Com tudo o que se passou três dias antes no mesmo estádio, o mínimo que se pedia a este Sporting de Silas a defrontar as segundas linhas do Gil Vicente era que entrasse a todo o gás e chegasse à goleada.
Mas entrou como entrou no domingo. Lentidão de processos, ausência de ideias, passes para ninguém, uma posse de bola estéril, apenas Bolasie destoava na pasmaceira. E à meia hora de jogo já podia estar a perder, porque mais uma vez Vítor Oliveira fez o trabalho de casa, colocou um jogador rápido do lado dum Acuña cansado e obrigado a fazer todo o corredor, e esse jogador foi criando situações perigosas para o Sporting, felizmente mal concluídas.
Miguel Luís, o pé-frio do costume, desmarcado na área, remata fraco e à figura, outra vez na área fica estático e deixa passar o centro para golo, mais uma vez perto da área dá as costas ao centro do Bruno Fernandes. Com uma boa leitura de jogo e chegada à area, quantos golos já falhou esta época? Pode vir a ser um novo Adrien, mas tem muito que melhorar em termos de concentração e intensidade.
A coisa melhorou no segundo tempo, o Sporting foi pressionando até que Silas, a ter de ganhar, tira o único ponta de lança disponível (um cada vez mais desmoralizado Luiz Phellype, uma sombra do que foi com Keizer) para ficar a atacar com uma dupla de vagabundos desorientados, Jesé e Camacho, que davam cabo de todo o jogo que lhes chegava.
Quando o empate parecia certo, lá veio o Bruno mais uma vez dizer porque é o melhor jogador da Liga e um dos melhores médios do Sporting de todos os tempos. Um golo de livre e uma assistência para golo.
Acuña é o barómetro do estado anímico da equipa. Enquanto no Dragão fugiu as provocações orquestradas pelo Serginho e seguiu para o Jamor, ontem foi aquilo que se viu: o árbitro safou-se duma cabeçada por pouco.
Coisa boa foi ver os meninos bonitos de Silas, Ilori e Eduardo, a aquecerem o banco.
Depois veio a conferência de imprensa e Silas, confrontado com as opiniões discutíveis e despropositadas de Vítor Oliveira sobre os seus jogadores ("...o fundamental é ter-se bons jogadores. As boas equipas fazem-se com bons jogadores e nenhum treinador faz uma boa equipa sem bons jogadores"), meteu a viola no saco e passou ao lado da defesa dos mesmos e do clube que lhe paga o ordenado.
SL