Derrotas, autogolos e sorrisos incrédulos
A imagem mostra-nos o programa de jogo do último desafio disputado no "velhinho" Alvalade, logo na nota de abertura podemos ler isto: Tudo começou a 10 de Junho de 1956. Aqui se viveram alegrias inesquecíveis como a da inauguração, a do primeiro campeonato nacional de 1958, a epopeia da Taça das Taças, com os 5-0 ao Manchester [United] de permeio, os campeonatos de 62, 66, 70, 74, 80, 82, o grande regresso aos títulos máximos em 2000 e 2002.
Os que passaram por estas bancadas poderam sentir a fibra de Joaquim Agostinho, dos grandes recordistas de atletismo como Carlos Lopes e Fernando Mamede (...).
Neste jogo, o último, em Alvalade, dum lado estava a equipa campeã em título, do outro um Vitória Futebol Clube já, matematicamente, despromovido.
Dum lado um estádio cheio de adeptos sportinguistas apesar da hora (20H45) do outro meia dúzia de gatos pingados que tinham viajado de Setúbal.
Aconteceu, o que sabemos, o Vitória venceu, autogolo do nosso central Beto e golo do avançado Meyong aos 93 minutos; na jornada seguinte o outro Futebol Clube, no Porto.
Última jornada de 2002/2003, o campeão em título vai visitar o, matematicamente, campeão, mais do mesmo, autogolo de Pablo Contreras e vitória do Porto.
Às vezes é necessário recordar as derrotas, recordar os momentos maus, na última época em que fomos campeões perdemos os dois últimos jogos com dois autogolos, depois batemos com os pés no fundo da piscina, viemos acima, respirámos.
Inacreditavelmente, com Fernando Santos, foi ele que nos colocou um sorriso incrédulo nos lábios, um jogo maravilhoso na inauguração do novo estádio, um Manchester United de rastos (e não era treinado por Mourinho) e um leão rampante, pujante, dominador.