Caro Pedro Correia, escreveu: "Nos clubes democráticos é assim: há sempre mais que um candidato a disputar eleições." Usou a palavra "sempre" e eu rapidamente encontrei um exemplo em que houve apenas uma lista a disputar as eleições do Sporting. Naturalmete, todos os clubes têm uma ou outra eleição onde há lista única. E, para além de tudo, na próxima eleição do Sporting ninguém lhe garante que não haja uma lista única. Espere para ver.
Isso são suposições. Eu não argumento com base em suposições. Argumento com base em factos. Facto: os últimos actos eleitorais leoninos foram disputados com vários candidatos. Foi assim em 2006, 2009, 2011 e 2013, por exemplo. Facto: os últimos actos eleitorais do FCP e do SLB tiveram lista única. Como em qualquer ditadura. Não vale a pena mudar de século. Falo deste século XXI em que vivemos.
Facto: só no último acto eleitoral o Benfica teve lista única; nos actos anteriores o Benfica teve mais que uma lista. Sendo o Benfica tri-campeão é natural que ninguém perca tempo a disputar a liderança com o atual presidente. Bastava que o actual presidente do Sporting fosse campeão (nem precisava de ser tri) para que não tivesse oposição no próximo acto eleitoral. E mesmo sem ser campeão, basta que em Março esteja a roer os calcanhares ao primeiro classificado para que as outras candidaturas desistam. Sem uma boa dose de certeza de vitória, ninguém vai estar disposto a aturar o enxovalho a que vai estar sujeito na praça pública só por concorrer contra BdC. Portanto eu vaticino que todas as candidaturas desistam antes do fim, a menos que o desempenho da equipa de futebol dê alguma esperança à oposição. Devo acrescentar que isso me parece pouco provável. Se o Jesus estiver com BdC, coloca a equipa a praticar bom futebol nos meses de Fevereiro e de Março e ele ganha as eleições com uma perna às costas.