De pé
Dissemos adeus à Liga Europa, mas saímos com a cabeça bem levantada, de forma digna. Num jogo em que criámos seis ou sete oportunidades de golo - só não concretizadas em larga medida pela excelente exibição do guarda-redes adversário, o suíço Benaglio, melhor jogador em campo.
Primeiro Tanaka, numa bola que embateu no poste. Depois Tobias Figueiredo, numa perfeita elevação de cabeça na sequência de um canto, com um defesa a travar a bola in extremis. Finalmente William Carvalho, num petardo disparado com o pé esquerdo, de fora da área, proporcionando ao guardião a defesa da noite.
Manteve-se o empate a zero até ao fim. Mas não por falta de atitude ou de pressão da nossa parte. Não por falta de empenho da esmagadora maioria dos nossos jogadores, que vulgarizaram o Wolfsburgo, equipa classificada em segundo lugar no campeonato alemão e que ainda há poucas semanas goleara o poderoso Bayern de Munique. Também não por falta de ambição ou de ousadia de Marco Silva, que apostou (bem) em Tanaka como ponta-de-lança titular e mandou entrar Slimani aos 64', para o lugar de Adrien, alargando a frente de ataque.
Destaques?
Hoje apetece-me fazer vários.
Cédric bateu-se como um leão. De fôlego inesgotável, disputou e ganhou várias bolas, sem se atemorizar ao ver pela frente Schürrle, campeão do mundo e recente reforço do Wolfsburgo (por cerca de 32 milhões de euros).
O nosso eixo defensivo, cada vez mais seguro e personalizado, transmitindo confiança à equipa. Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo combinaram bem, estiveram sempre concentrados e não facilitaram em lance algum.
William Carvalho batalhador incessante, com uma qualidade de passe insuperável. Bem integrado no tridente do meio-campo, complementando a manobra atacante conduzida por Adrien e João Mário sem descurar a missão defensiva.
Nani, ainda longe da condição física ideal mas com uma vontade do tamanho do mundo de virar a eliminatória. Não foi por ele - longe disso - que o Sporting ficou pelo caminho.
E Tanaka, hoje em estreia como titular numa competição europeia, deu boa conta do recado. Todos quantos vínhamos defendendo a sua progressiva inclusão no onze-base temos motivos para nos congratularmos.
Nenhum deles se poupou para o clássico de domingo no Dragão. Que vai disputar-se com um intervalo inferior a 72 horas.
Cansados, mas de pé. E a justificar aplausos. Foram Leões do princípio ao fim.