De desempregado a milionário
Bruno de Carvalho precisava desesperadamente de um treinador. Para tentar fazer um brilharete na assembleia geral do dia 23 - a mesma sobre a qual foi dizendo, primeiro, que jamais se realizaria e, depois, que não teria validade.
Após as recusas de Sá Pinto, Scolari, Mano Menezes, Paulo Sousa e Miguel Cardoso, procurou um técnico que estivesse no desemprego e sem perfil de campeão.
A coisa tornava-se mais fácil.
Conseguiu um desempregado que nunca foi campeão.
Mas ofereceu-lhe um contrato milionário, de três anos, implicando para a SAD um esforço financeiro de 12 milhões de euros. Isto enquanto enfrentava um processo de destituição cujo desfecho, mais que provável, foi aquele que acabou por acontecer. Sem a prudência que deve acompanhar os actos de qualquer gestor na celebração de contratos plurianuais.
Não aprendeu nada com a fracassada contratação de Jorge Jesus. E Jesus, ao menos, tinha três campeonatos no currículo quando chegou a Alvalade. Ao contrário de Mihajlovic, que aos 49 anos nunca conseguiu melhor do que um sétimo lugar. Nada inspirador, como carta de recomendação.