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És a nossa Fé!

Da serenidade

Sei do que falo. À falta de melhor antídoto ou calmante muita coisa física já parti danado que fico com as inúmeras derrotas ou imensos empates do Sporting. A título de curiosidade: comandos de televisão já foram dois para o galheiro, telemóveis outros quantos, e molduras, uma ou outra, às quais nem tubos de supercola3 valeram para as devolver à cómoda. 

Enfim, o que devia fazer quando não jogamos em casa - quando nos batemos em Alvalade o problema não se põe que aí tenho lugar no estádio e os comandos de TV atirados ao chão sempre os substituo por gritos que atiro aos filhos destas e daquelas -, mas, como dizia, o problema põe-se quando jogamos fora porque ver o jogo na televisão, concluo, só o devia fazer num quarto almofadado e eu vestido com camisa de forças. 

Valha, no entanto, a verdade, já que cansado que estou de delapidar o património e consciente que as coisas não têm culpa nenhuma - menos ainda quem além de mim as usa lá em casa -, lá me ordeno:

- Calma! Calma, Pedro. Dou por mim a dizer-me respirando fundo. Faço-o numa altura em que lá fora tudo arde. Bem sei. Mas é também por isso que sobre a fogueira opto por atirar água e não gasolina. 

Devo dizer-vos que o exercício é refrescante e gratificante. Afinal, a cabeça é que manda e na minha é num repente que me transforma numa corporação de bombeiros. O mantra é simples: o século XXI está longe, muito longe, das décadas de 40 e 50 do século passado. Constatação à qual acrescento outra que me diz que no corrente século vai para 19 anos que não somos campeões nacionais de futebol. E antes disso, entre 1974 (ano em que nasci) e o fim do século XX só por três vezes nos sagrámos campeões.

Se desse lado está a sair (ou já saiu mesmo) um indignado e não menos salivante, então, podemos continuar a perder que não te importas?, aviso já, que não há ninguém mais sportinguista do que eu, e, portanto, que não há nenhum sportinguista que goste mais do que eu que o Sporting ganhe.  O que quero dizer é que, infelizmente, o nosso normal é não ganharmos. Esperem, esperem. Insisto já: não quero com isto dizer que não me importo de continuar sem ganhar, não há nenhum sportinguista que queira menos do que eu que o Sporting continue sem ganhar. Não há!

Queria sobretudo e quero afirmar isto: Se por não conseguir ser campeão de futebol sénior o presidente do Sporting fosse destituído, nesse caso, iríamos a caminho da septuagésima destituição, mais destituição menos destituição, que o instituto tão vexativo da reputação do clube querem tratar e usar como se de camisa que se muda fosse.

Seriamente, muito seriamente falando, Frederico Varandas terá de viver 50 vezes, terá de fazer 50 vezes pior do que tem feito, até chegar aos calcanhares de Bruno de Carvalho no que à ameaça à grandeza do Sporting diz respeito. Que fique claro: Bruno de Carvalho foi um cancro, melhor, foi o cancro que corroeu o clube da forma mais mortífera possível e, é o que é, desse famigerado cancro está o clube ainda cheio de metástases. Com isto não estou a apoiar Varandas, de forma nenhuma, mas demarco-me da salganhada de motivações que estão ao barulho neste momento (mais um) de enorme ruído no nosso clube.

Terem-se juntado três mil em contestação à actual direcção, exigindo a sua demissão, é só a prova de que o motivo não é verdadeiramente o de julgar por mérito ou demérito o presidente, o que está em causa, sim, é o desconforto daqueles que Varandas desconfortou. Os três mil deverão ser, mais coisa menos coisa, os Juve Leos e Directivos que se confundem, ou melhor, que confundem o apoio aos apoios das claques com o apoio que dizem devotar ao clube.  

Deixemos esta direcção ir até ao fim do mandato para que foi legitimamente eleita. Não fará melhor do que tem feito até agora? Provavelmente não. Quase de certeza que não, acrescenta a minha expectativa. Varandas é fraco como líder? É. Mas foi ele o escolhido para um ciclo de quase quatro anos de presidência.

Temos de aguentar porque temos e devemos dar tempo ao surgimento de alternativas viáveis, bem estruturadas, que não sejam meras respostas reactivas que se apressam a preencher vazios de poder.

Destituir um presidente só em caso de gravidade máxima no exercício do poder que lhe foi atribuído pelos sócios, só quando essa presidência por doentio inebriamento de si própria pode matar o princípio e fundamento do clube, ávida dele se servir em benefício de um projecto pessoal de poder e até de existência pessoal. Da minha memória e da memória escrita nos livros da história centenária do Sporting Clube de Portugal só Bruno de Carvalho só ele foi esse inimigo do clube, só ele mereceu ser justamente destituído de presidente.

Fui daqueles que se juntaram em frente à sede da SAD e exigiram a demissão da anterior direcção. Não seríamos mais que 400 a 500. Poucos mas bons sportinguistas e cuja virtude do protesto viria a ser confirmada por uma esmagadora maioria dos sócios que, primeiro, correram com o então presidente e, depois, o expulsaram de sócio.

Confesso que me envergonha assistir à manifestação de mais de três mil sportinguistas que agora se juntaram com as mesmas exigências, mas contra uma direcção que é só incompetente, e que não junta à incompetência as muitas e todas elas gravíssimas suspeitas de crime e  variadas ilegalidades na gestão do clube. Se tivessem um pingo de sentido crítico e de exigência cívica ter-se-iam juntado à manifestação daquela tarde de Junho de 2018 e teríamos sido muitos milhares a exigir o fim do cancro brunista.

O passado já lá vai e a fonte do cancro enterrada, é verdade. Mas o cancro ainda contamina e parece-me evidente que destituir a actual direcção seria alimentá-lo e fortalecê-lo.

A minha esperança é que surjam boas candidaturas e como aqui já escrevi sou particularmente favorável a um nome que, repito, espero se recandidate: Pedro Azevedo. Só alguém que pensa verdadeiramente o clube nas suas virtudes e defeitos poderá contrariar esta tendência que nós Sporting temos tido para não ganharmos campeonatos de futebol e eu, em particular, para partir parte do recheio de casa.  

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