Algumas notas sobre a vitória da Selecção Nacional em Paris
A nossa vitória não resulta de um acto ou personalidade genial mas foi-o duma determinação individual incomensurável e dum enorme espírito colectivo dum grupo bem liderado. Uma bela parábola para os portugueses.
Para aqueles que tinham dúvidas, Rui Patrício confirmou que é um guarda-redes ao nível dos melhores do mundo.
Ainda a tempo o seleccionador percebeu a vantagem de utilizar William Carvalho, Adrien Silva e João Mário, um trio que apesar de não ter revelado a habitual eficácia atacante conferiu uma robustez e fiabilidade de movimentos ao meio-campo português.
Fernando Santos revelou-se um verdadeiro líder: sóbrio, discreto e corajoso, conseguiu unir a sua equipa não à sua volta, mas alinhada na sua estratégia e focada no objectivo da vitória. Um homem com uma fé inabalável.
Payet, a estrela francesa que prometia ser a revelação deste campeonato europeu, conseguiu o seu maior momento de glória aos oito minutos da final em Paris ao lesionar Cristiano Ronaldo que assim se viu impedido de jogar o jogo da sua vida. O resultado foi o reforço da tenacidade dos seus companheiros.
Receio que a qualidade da prestação dos jogadores do Sporting neste torneio resulte num assédio que desestabilize as suas merecidas férias e prejudique a preparação da equipa. Tudo por um bem maior.
Desde a fundação de Portugal que a Mãe de Jesus é chamada a apadrinhar os mais nobres feitos nacionais - os outros não. Um sinal de que este País apesar de tudo resiste como um local aprazível.
Uma vitória destas vive-se uma vez na vida, ficará gravada na história do futebol e os seus heróis serão celebrados pelos nossos netos e bisnetos. Festejemos hoje e tomemos o seu exemplo, para regressarmos aos nossos afazeres com mais entrega e determinação. Portugal pode ser muito mais.