Convém ter memória
Demasiados erros nas contratações, gestão caótica do mercado de Verão, saída de jogadores essenciais que descapitalizaram o plantel leonino. Começando por Nani, prosseguindo com Bas Dost, culminando em Raphinha. Tudo foi criticado aqui, sem reticências nem meias palavras, em cima da hora.
Somando a isto, que já seria muito, a política igualmente errática de gestão das equipas técnicas. Desde a chegada da actual administração da SAD, Alvalade parece uma porta giratória: sai treinador, entra treinador.
Para tudo permanecer na mesma. Ou pior.
Em boa verdade, estamos hoje francamente pior do que estávamos há 13 meses, quando Frederico Varandas decidiu correr com José Peseiro - o técnico em quem manifestara confiança durante a campanha eleitoral desenrolada pouco antes. «Peseiro será o meu treinador», garantiu aos sportinguistas.
Imitando o pior da política, mal foi eleito apressou-se a dar o dito por não dito com inaceitável deselegância. Esquecendo que aquele havia sido o único treinador a prestar-se a vir para Alvalade no Verão negro de 2018.
Peseiro saiu com o Sporting em todas as frentes desportivas (duas das quais viriam a ser conquistadas) e apenas a dois pontos do líder do campeonato já depois de termos jogado em Braga e na Luz.
Num cenário muito mais favorável do que o actual, quando estamos 13 pontos abaixo do Benfica e 11 atrás do FC Porto no campeonato, fomos eliminados da Taça de Portugal por uma equipa do terceiro escalão e aguardamos um milagre para prosseguir na Taça da Liga. Isto a mais de três semanas do Natal.
Infelizmente, recordo bem, na altura 90% dos adeptos aplaudiram o presidente do Sporting. Insultando Peseiro de "pé-zero" para baixo. Em muitos casos, são os mesmos que agora insultam o presidente. Como previ aqui.
Convém ter memória.
Leitura complementar: Não é possível (texto que aqui publiquei a 4 de Novembro)