Contenção, precisa-se!
Bom, honestamente, se eu levasse com um processo em cima na ordem de alguns milhões de euros, tendo a convicção de que a razão está do meu lado, todas as oportunidades de dar cabo da moleirinha ao tipo que me processou seriam aproveitadas ao máximo, podem estar certos.
Quando o Sporting contratou Jorge Jesus, eu que aqui brinquei diversas vezes com as suas tiradas (e continuo, que rir faz bem à saúde e não ofende ninguém), entendi que o fez para tentar já esta época ser campeão e não para obter um qualquer prémio Nobel, que ainda os não há para o futebol ou outro qualquer desporto e conhecidas que são as constantes gaffes do treinador, estaria fora de cogitação o Nobel da literatura. Assim sendo, e continuando a brincar com os seus deslizes, o que me importa é que ele seja bom, e é, na sua profissão. A linguagem que eu quero que ele fale é a dos jogadores e que aqueles o entendam; Ao que parece a lição tem sido bem apreendida e as notas têm vindo a subir desde o início da época, o que o qualifica para o exercício da função para a qual foi contratado, até agora com nota excelente. E para aqueles que queiram trazer à liça a Liga dos Campeões e a Taça de Portugal, donde já fomos arredados, pensem dois segundos antes por favor e lembrem-se da forma como fomos roubados e afastados.
Estamos na frente e terminaremos a primeira volta na frente, este ano não ouviremos a cantilena do "Natal", nem teremos que aturar meia dúzia de palermas a esfregarem as mãos à nossa frente com a ladaínha do "este ano é que é", porque esta época lhes inspiramos medo. Nem nos seus piores pesadelos lhes passaria pela cabeça que o Sporting estivesse nesta posição à jornada dezasseis, no virar do calendário e essa é a questão essencial, o que os faz disparar em todas as direcções, quais baratas tontas. E Jesus responde-lhes à letra e dentro de campo e tem todo o meu apoio.
Ora se o nosso treinador fosse, por exemplo, Rogério Alves (para não melindrar nenhum outro profissional do mesmo ofício de JJ e trazer alguém que trata as palavras por tu), às provocações teríamos reacções "inteligentes", bem estruturadas gramaticalmente, sem erros de sintaxe, ou seja, politicamente correctas. Todos aplaudiríam muito a sagacidade do nosso treinador, mas certamente (o visado que me desculpe) estaríamos desportivamente pior que nos tempos de Godinho Lopes. Mas não, não temos um versado na comunicação, para grande azar dos nossos adversários, temos um tipo que percebe de bola como poucos.
Em resumo, percebo perfeitamente Jorge Jesus: Quem não se sente não é filho de boa gente.
Outro tema, que erradamente se quer fazer passar como fazendo parte do mesmo assunto, são as "relações" com o seu sucessor no lampiódromo. Ora convém começar esta parte do post em finais de Julho, início de Agosto e relembrar quem provocou quem, ou, se quiserem, quem começou com os mind games. Exactamente! Lembram-se certamente da tirada de que o Sporting não era uma equipa, antes um grupo de jogadores... Pois! Ora, era expectável que, conhecendo Jesus, este não se deixasse intimidar e lhe respondesse à letra. Não com letra de forma, a bold e com texto justificado, como se exigiria a um licenciado, mas teclada com dois dedos e com o português da universidade dos campos da bola. Meteu-se Rui Vitória a jeito e ouviu das que não gosta, porque isto de responder dizendo que não responde é assim uma espécie de "agarrem-me senão ele parte-me todo", é responder, não respondendo.
De modo que, apesar da razão que lhe assiste, sendo minha convicção que nem Jesus, nem principalmente o Sporting, lucram nada com este bate-boca, é assunto para deixar de abordar em conferências de imprensa e outros palcos e sugeria até que fossem os jornalistas previamente avisados que perguntas desse teor, não obteriam resposta.