Condicionar o custo ao rendimento
Texto de Sol Carvalho
Parece haver muitas dúvidas pela actual política repetida da “compra de parte do passe”. Sempre gostava de ouvir opiniões sérias ou, pelo menos, reflectidas. Vamos?
Hoje parece claro a toda a gente que teria sido muito melhor comprar a totalidade do passe de Pedro Gonçalves. Quando o comprámos era uma promessa, hoje o clube velorizou-o bastante. Mas, na altura, se comprássemos a totalidade do passe, o que não se diria?
O outro lado da moeda: O facto de só ter metade do passe faz com que Sporting não tenha especial interesse na sua venda, a não ser pela cláusula (área que já acautelou, bem como o salário). Logo, vejo a situação de Pedro Gonçalves como positiva do ponto de vista desportivo pois só será vendido pela cláusula ou lá perto.
Mas pareceu-me que o Sporting aprendeu com o caso e no processo Ugarte está a fazer uma política ainda mais inteligente: Se ele for um sucesso no clube (o que sera provado pelo facto de realizar 40 jogos) compra-se mais percentagem do passe até ao limite possível, que é de 80%, pois o resto pertence ao clube de origem. Confesso que parece-me a forma ideal de lidar com jogadores promissores que conheçam a liga portuguesa. Ou seja, condiciona-se o custo ao rendimento, o que me parece bastante mais racional.
Já Vinagre é um empréstimo e o que vi anteontem deixou-me bastante satisfeito. Aliás, o clube tem neste momento os quatro melhores laterais a jogar em Portugal. É obra.
A minha sugestão, que mais não vale do que um palpite, era que, se se encontrasse um defesa central direito e um avançado possante que pudessem ajudar, poder-se-ia tentar um negócio neste formato. Com um detalhe: Se Rúben Amorim diz que Coates pode ser uma opção de avançado, então, na verdade, só precisaríamos (dentro do realismo do possivel) de mais um central direito que poderia entrar para a posição de Coates, fazendo avançar este se necessário. Um modelo que Rúben Amorim já usou no Sporting com bons resultados.