Como se tivéssemos cinco anos
(imagem da página do sportinguista Henrique Monteiro no Expresso, de ontem).
Cinco anos, lembro-me bem de ter cinco anos.
Tinha partido de uma aldeia do interior para viver em África, em Angola, tinha regressado à "metrópole" e preparava-me para partir, novamente, para a guerra.
Lembro-me bem do 25 de Abril de 1974 (faria seis anos quatro dias depois).
Lembro-me bem que meu pai já não iria mais para a guerra em África e a família com ele.
Tinha cinco anos e foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Ter cinco anos, na minha opinião, não significa ser destituído de inteligência, nem de capacidade para pensar.
Daí o título que dei a este postal, para pensarmos em conjunto, durante o fim-de-semana, como se tivéssemos cinco anos, como se não estivéssemos condicionados pelo "parecer bem" pelo "politicamente correcto", como se pudéssemos pensar por nós próprios.
O tema que trago para reflexão é sobre as arbitragens na última época.
Na minha opinião (como escrevi na altura) o Sporting foi beneficiado em dois jogos, em dois lances, no penalty marcado após uma queda caricata de Paulinho e numa expulsão de Raul Silva, do Estoril, o rapaz joga a bola, tira a bola dali e no movimento descendente da perna toca em Porro, que se colocou a jeito para ser pontapeado, respeito quem viu estes lances de outra forma.
Terão existido outros erros de arbitragem?
Onde e quando?
Terão existido erros que deram pontos a alguma equipa que lutava pelo título?
Terão existido expulsões injustas e equipas que obtiveram pontos e golos de uma forma anormal em jogos que terminaram 11x10 ou 11x9?
Ou pelo contrário, todos os jogos foram bem arbitrados e devido a essa excelência, da arbitragem portuguesa, Portugal vai ser o país com o maior número de árbitros no próximo campeonato do mundo?