Bom, na minha opinião, a verdadeira recepção orientada do futebolês, foi dada justamente neste ano de 2022.
"O 2º lugar do Sporting, sob ponto de vista estruturante e estrutural, é mais importante que ser campeão."
A CNN Portugal - que chique! - apresenta - o professor doutor Luís Vilar, o Estruturante e Estrutural. CNN Portugal sempre na vanguarda, com comentadores 10 anos à frente!
Ó pobre criatura, essa sua incessante perseguição, é nada mais, nada menos, do que uma homenagem que o invejoso presta a quem inveja, não é verdade? Tem de perguntar ao seu psiquiatra!
E sabe que mais, falta um pontinho ao FC Porto, para entrar nessa restrita coutada dos "trintões" da Europa, Bayern de Munique, Real Madrid, Juventus, Ajax, e Benfica. Naturalmente, nem registei os Campeões Nacionais de Gibraltar, S Marino, ou Andorra, faço esta ressalva, para não se lembrar dessas Ligas muito competitivas e mediáticas.
No ano 2000 (final do século XX), recordo-lhe que o Benfica tinha vencido 30 campeonatos, o FC Porto havia conquistado 18, e o Sporting tinha ganho 17. Porém, 22 anos depois, a vitalidade e pujança desportiva é mesma, ganhar cá dentro (foram 11 Campeonatos neste século, com um Tetra, um Tri e um Bi), e lá fora (uma Champions, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, e uma Taça Intercontinental), estão aí bem patentes, as razões da sua doentia inveja.
Sim, é verdade, o FC Porto venceu a Taça de Portugal nas Antas ao Braga em 1977, e também perdeu nas Antas duas Finais daTaça de Portugal, com o Leixões em 1961, e outra com o Benfica em 1983, isto é, nem aproveitou o factor casa, são uns perdulários. Mas em contraste, já venceu muitas Taças de Portugal na qualidade de visitante, quando jogou e ganhou mais de uma dúzia de Finais em Oeiras, quando a equipa do FC Porto era "apedrejada" no Jamor!
Agora faça-me um favor, desampare-me a loja, porque já lhe prestei um minutinho da minha atenção, ok?
Passe de ruptura (esperemos que não seja de ligamentos..) Zona de finalização (grande área, talvez?…) Processo ofensivo (ataque?…) Processo defensivo (defesa?…) Jogar em transições (contra ataque?…) Colocar os apoios (os pés..) E outros que evoluíram dos tempos antigos e chegaram até agora, como: Pontapé da marca de grande penalidade (penalty..) Reposição da bola pela linha lateral (lançamento…) Tempo de compensação de neutralizações (prolongamento..) Lateralização da bola, Jogo aéreo, etc, etc..
Agora dizem que o futebol é uma indústria (e não é, obviamente). Por isso têm de lhe arranjar um novo dicionário para parecer uma matéria ao nível de um doutoramento científico ao alcance de poucos e permitir as discussões com muitas variações daquilo que na realidade é muito simples. Uma parvoíce, achinei, mas até o JJ evoluiu e já fala em transições, não podemos deixar-nos atrasar. Imagine-se o que seria JJ a falar melhor que para aí uns otchetcha y otcho por cento de pessoas que gostam de futebol. Não podia ser.SL
O vocabulário da bola ganhou requintes de futebolês por influência de comentadores como Freitas Lobo, que chega a dizer coisas que talvez só ele entenda. Coisas como "basculação", "zona de decisão", "transição apoiada", "futebol associativo", "construção a partir de trás", etc.
Muitas vezes são meros espanholismos de importação directa simulando originalidade. Das "paradas" (defesas) do guarda-redes aos "contragolpes" (contra-ataques). O verbo luso espanholizou-se, freistaslobizou-se. Por vezes anglicizou-se, como nas contínuas referências ao "box-to-box", mandando o nosso idioma às malvas. E tecnocratizou-se, como nessa abominável substituição do vulgar penálti (grande penalidade) pelo extenso e chato e inútil "pontapé da marca de penálti".
Chego a ter saudades do tempo em que imperavam um Alves dos Santos, um Gabriel Alves ou um Jorge Perestrelo, com as suas coloridas e originais (essas sim) metáforas.