Ceferin
O esloveno Ceferin sucedeu na presidência da UEFA ao inaceitável Platini. Por razões que nada terão a ver com a organização desportiva, a UEFA amputou a maior e mais importante competição desportiva em que participa da rotina tecnológica que já perfaz os seus torneios séniores masculinos. O que aconteceu no sábado tem laivos de uma "tramóia jugoslava", não tanto de um afecto entre povos muito desavindos mas de um acordo de geoeconomia futebolística. Mas talvez não seja algo assim tão linear, uma perseguição à selecção portuguesa em defesa da Europa central austral. Mas mostra bem uma deriva da UEFA para tentar influenciar, em termos gerais, o acesso ao milionário Mundial árabe.
Não é imaginação delirante do adepto, sempre disponível para teorias conspiratórias: há apenas duas décadas Portugal foi afastado de um Mundial por manigâncias de um árbitro já anteriormente acusado de corrupção em competições internacionais. Favorecendo a enorme economia alemã. Quando o chefe da organização desse Mundial era Platini, que veio a ser banido do associativismo. Quando o chefe da FIFA era Blatter, também acusado de graves desmandos. E agora quando a opção Qatar também tanto tem que se lhe diga, quanto à lisura de procedimentos que conduziram a essa escolha. Ou seja, tudo aponta para que esta opção anti-tecnológica da UEFA tenha a ver com vontade de manter poderes discricionários que sustentem interesses económicos em detrimento da mera competição desportiva.
A cara do polvo é esta, a do esloveno Ceferin.