Catar-22 (3)
[Repito-me, pois na sequência dos meus Catar-22 e Catar-22 (2)]
Acabo de ver a segunda parte do Brentford-Wolverhampton (1-2). Bruno Lage colocou sete portugueses como titulares e três como suplentes. E o excelente Neto continua em recuperação de grave e prolongada lesão... Terceira vitória consecutiva da sua equipa, que está embrenhada na luta pelos lugares europeus, agora aparentemente colocada no 8º lugar - mas até poderá estar melhor, dado que entre o 4º (Manchester United) e este 8º a distância são apenas 4 pontos à 22ª jornada mas os clubes têm diferentes jogos realizados.
Ou seja, o Wolverhampton - a "alcateia portuguesa", como bem lhe chamou o locutor televisivo - está a fazer um belíssimo campeonato para um clube da sua dimensão económica e desportiva. Hoje fez mais uma segura e competente exibição, tendo ganho através de um belo golo de João Moutinho, o qual fez ainda o cerebral passe para o segundo golo - sim, exactamente João Moutinho, esse que (não me canso de o repetir) os profissionais do comentário televisivo e jornalístico insistem que "já não tem pedalada" para jogar na selecção portuguesa. Segundo golo esse que foi marcado, a dez minutos do fim, através de (mais) um magnífico remate de "meia-distância" de Rúben Neves, o qual ainda viria a fazer um passe magistral para um golo que acabaria por ser anulado devido a fora-de-jogo centimétrico.
No final do jogo exultavam nas bancadas os calorosos adeptos do clube, a viverem um verdadeiro apogeu na sua história de 150 anos. E fazem-no reconhecendo quem os conduz a tais píncaros, louvando-se no cântico "We've got Neves". E ao ver este acertados cachecóis só consigo repetir o que há anos aqui resmungo: como é possível que passem as épocas e as competições e Rúben Neves seja preterido na selecção por jogadores como William ou Danilo? Que seleccionador temos tido? Porque "não temos Neves"?