Campeonato: o que vai seguir-se
Tudo é diferente nos dias de hoje. Tudo está a mudar a um ritmo impressionante. O futebol - o mais importante das coisas menos importantes - está adiado até mais ver. Desde logo, a final da Liga dos Campeões, agora reagendada para 27 de Junho, embora persistam incógnitas em torno desta data, que depende da evolução do coronavírus. E também o Campeonato da Europa, adiado para 2021, o que permitirá a Portugal manter-se como campeão em título pelo menos durante mais um ano.
Um adiamento inevitável, ditado pela pandemia que abala o mundo, e que acaba por ser uma boa notícia para jogadores como Lloris, Hazard, Rashford, Kane, Süle e Dembélé, que estariam ausentes se o certame ocorresse na data aprazada. Mas pode ser uma péssima notícia para outros, que por limite de idade poderão ficar fora do Euro-21. O jornal Marca enumera alguns: Neuer, Modric, Kroos, Giroud, Chiellini, Bonucci, Rakitic e Pepe.
Este adiamento do Europeu, tornado inevitável pela dramática progressão da pandemia, abre novas perspectivas para a resolução do impasse nos campeonatos nacionais. O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol forneceu ontem algumas pistas: as jornadas que faltam poderão cumprir-se para além da data limite de 30 de Junho, encurtando-se as férias de Verão e a pré-temporada.
Este é o modelo que poderá vigorar também no campeonato português. Abrindo-se desde já a porta à redução do número de jornadas da Liga 2020/2021, que até poderá disputar-se em moldes diferentes, com apenas uma volta ou em sistema de play-off, como Luis Rubiales também admitiu nas suas declarações de ontem. Deixando claro: «A competição tem de ser vencida em campo», não através de expedientes administrativos.
Eis a pergunta que deixo: estaremos preparados para acolher medidas semelhantes no futebol português?