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És a nossa Fé!

Cada vez mais longe do abismo

joaomariobcarvalho[1].jpg

 Foto A Bola

 

O chamado  "caso" João Mário - primeira telenovela da estação pateta do nosso jornalismo futebolístico, que vai abrir caminho a várias outras - acaba por constituir uma homenagem involuntária ao espírito combativo de Bruno de Carvalho por parte dos seus detractores.

Ao assumir a liderança do Sporting, em Março de 2013, o actual presidente leonino cortou radicalmente com péssimos hábitos instalados no clube - sobretudo ao nível da gestão dos seus principais activos, que são os jogadores.

Antes dele foi possível que um dos melhores defesas da nossa formação, Daniel Carriço, acabasse transferido por meros 750 mil euros, quando já era capitão da equipa. Hoje é um profissional cotado no campeonato espanhol, com duas Ligas Europas no seu currículo.

Antes dele foi possível outro grande defesa formado no Sporting, Eric Dier, ter um contrato de tal maneira lesivo para os interesses do nosso clube que encorajava qualquer agremiação inglesa a resgatá-lo por meros cinco milhões de euros. Assim sucedeu, com o Tottenham: Dier é hoje titular da selecção inglesa.

O Sporting, que foi sempre um clube formador por excelência, raras vezes colheu os frutos devidos dessa formação. Nenhum de nós esquece o que aconteceu com a venda de Cristiano Ronaldo, em 2003: aquele que viria a ser o melhor jogador do mundo foi despachado com apenas 18 anos, rendendo só  8,2 milhões de euros aos cofres leoninos. A pressa em vê-lo longe de Alvalade, por parte dos dirigentes da altura, foi imperdoável. Quase criminosa.

 

Bruno de Carvalho pôs fim a esta negligência lesiva dos nossos interesses. Actualizou salários, readquiriu passes dos jogadores, renovou contratos (o de João Mário teve a primeira actualização logo em Julho de 2013, quatro meses após a posse do presidente), subiu cláusulas de rescisão. Não voltará a repetir-se uma situação como a que nos levou a ficar privados do talento de Eric Dier após termos investido nele onze anos de formação.

Lembro-me bem do gozo generalizado de que foi alvo o presidente ao elevar as cláusulas a cada revisão contratual. Hoje os nossos principais rivais praticammesma política, sem que haja ninguém a gozá-los. Percebe-se porquê: isto defende os interesses de qualquer clube, por mais que possa desagradar a determinados empresários e a uma certa camada de agentes intermédios, pertencentes a uma clique parasitária que ambiciona enriquecer à custa do suor alheio.

 

Com João Mário, tal como sucedeu com outros jogadores de inegável valia, Bruno de Carvalho agiu com astúcia negocial mas de forma transparente, procurando acima de tudo defender o interesse do Sporting.

Antevendo as boas prestações do jogador na Liga 2015/16 e no Campeonato da Europa, o presidente actualizou o salário do nosso médio criativo e propôs-lhe a celebração de um novo contrato, prontamente aceite há menos de um ano. Um contrato que vincula até 2020 João Mário ao clube que o formou e fixa uma cláusula de rescisão inteiramente adequada ao seu valor. Nada mais natural, tratando-se daquele que é talvez o melhor activo do futebol leonino.

Na altura isto não suscitou o menor protesto por parte das virgens ofendidas que agora pululam por aí.

 

Dizem as notícias mais recentes que o empresário de João Mário terá recebido propostas de aquisição do jogador por parte de quatro dos maiores clubes europeus, oscilando entre 35 milhões e 40 milhões de euros. Sem perceberem, estes jornais vão prestando tributo à gestão de um presidente que tem conseguido valorizar como nunca os jogadores. Basta lembrar que há dois anos, sem acesso à equipa principal e pouco utilizado na equipa B, João Mário jogava por empréstimo no Vitória de Setúbal. Hoje é conhecido na elite do futebol europeu.

De que outro profissional do Sporting se podia dizer o mesmo antes de Março de 2013, quando seguíamos em décimo lugar no campeonato, não ganhávamos um só título interno desde 2008, havia cinco anos que permanecíamos fora do acesso à Liga dos Campeões e vendíamos jogadores ao desbarato - de  Matías FernándezRicky von Wolfswinkel - para cumprir elementares operações de tesouraria?

 

Hoje, apesar de continuarmos a honrar a pesada dívida que as gestões anteriores contraíram perante a banca, temos liquidez suficiente para recusar novas saídas de jogadores a preço de saldo, por mais que isso nos mantivesse nas boas graças dos empresários que só ambicionam somar milhões às suas contas bancárias.

Deixámos de estar com a corda na garganta, deixámos de agir em função do desespero de circunstância. A larga maioria dos passes dos nossos jogadores regressou à titularidade do Sporting. As renovações contratuais voltaram a defender os interesses do clube, sublinhando a nossa capacidade formadora, e beneficiaram igualmente os profissionais do futebol que servem da melhor maneira a instituição.

 

Hoje temos quatro futebolistas titulares da selecção que acaba de conquistar o cobiçado título de campeã da Europa.

Óptima notícia para os jogadores, cada vez mais valorizados - os “aurélios”, como orgulhosamente lhes chamamos em justa homenagem a esse grande descobridor de talentos que é o nosso Aurélio Pereira.

Óptima notícia para o Sporting, que vê reconhecida como nunca a sua excelência formadora e enriquecido o seu magnífico património humano.

Óptima notícia para todos nós, sócios e adeptos. Por vermos o clube bem gerido, a formação a produzir mais e melhores frutos e os patamares de exigência elevados como nunca.

 

Esperamos que seja uma via sem retorno. Para tornar cada vez mais distante aquele passado recente que nos deixou à beira do abismo.

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