Box to box
No modelo de jogo 3-4-3 de Rúben Amorim o elemento fundamentar de ligação entre sectores e controlo do ritmo de jogo é o segundo médio, o tal "8" ou "box-to-box". Faz de "6" quando a equipa defende, de "10" quando a equipa ataca, descai para uma ala para receber a bola na construção ofensiva e corre para a frente com a mesma dominada provocando faltas em zonas perigosas para o adversário, corre para trás a tentar o desarme sem falta quando a equipa perde a bola.
A grande diferença entre o que foi o futebol do Sporting na primeira época e na segunda do Rúben deve-se muito à diferença de características entre João Mário e Matheus Nunes. Enquanto João Mário temporizava e tabelava, Matheus Nunes acelerava e passava longo, bem mais ao jeito dum Bruno Fernandes, que Jorge Jesus também bem soube adaptar à posição.
A importância de Matheus Nunes nesta temporada foi tremenda. Muitas vezes os adversários faziam-lhe marcação cerrada e nos jogos com o Porto então era um festival de faltas sofridas a que os artistas como o que surge na foto faziam vista grossa. Por isso Amorim raramente prescindia dele, foi um dos jogadores com mais minutos de utilização durante a época.
Saindo o rapaz provavelmente rumo à Champions, num dos melhores negócios de todos os tempos da história da SAD, considerando os valores de compra e venda e o retorno desportivo, o Rúben terá de encontrar o sucessor, ou apostar em quem já integra o plantel mas é bem diferente do Matheus como Morita (?), Daniel Bragança, Tabata ou Pedro Gonçalves, ou orientar o Sporting a contratar alguém com as características pretendidas.
Por aquilo que aqui fui dizendo, na minha opinião recuar Pedro Gonçalves é um desperdício. Daniel Bragança não tem esse perfil, Morita não faço ideia. Tabata seria aquele que me pareceria mais ajustado, mas a verdade é que Amorim o vê mais à frente no eixo central, até fez dele nalguns jogos um falso ponta de lança. Nos mais jovens, nem o Dário Essugo nem o Renato Veiga têm esse perfil, o Diogo Abreu não faço ideia também.
É claro que alguns dirão que Amorim deve é mudar o modelo de jogo, pôr o Sporting a jogar de outra forma qualquer para encaixar este ou aquele, mas os grandes treinadores não funcionam assim, não são cata-ventos nem... ia a dizer um nome dum nosso ex-treinador mas não digo, têm um modelo de jogo em que acreditam e que aperfeiçoam época a época e com isso vencem e coleccionam títulos.
Sendo assim, quem deveria ser no vosso entender o novo "box-to-box" do Sporting e que deveria ele trazer de novo ao modelo de jogo da equipa?
SL