Boa-Morte, Roberto. Deovany Quenda.
Todos nós já passámos por situações onde não somos queridos.
Somos convidados mas depois ninguém fala connosco, ficamos à parte, isolados, talvez porque o nosso cabelo é diferente, talvez porque os nossos lábios não são finos, talvez porque nascemos noutro continente.
Porque há grupos, porque os meninos maiores, os meninos mais velhos, fazem velhacarias aos meninos menores.
Não tenho nenhuma informação sobre o que se passa no interior da selecção portuguesa mas vejo, oiço e leio. O que terá sentido o jogador do Chelsea que foi escorraçado de Londres para Milão ao saber que o seu (dele) clube contratou um miúdo de 17 anos para o seu (dele) lugar? Será pacífica a relação entre o jogador, suplente, de um clube do meio da tabela, em Itália e o jogador titularíssimo do Campeão português?
Às vezes temos de escolher o que é melhor para nós.
A Federação Portuguesa de Futebol, arcebispo, bispos, padres e acólitos não contam com Quenda. Foi chamado uma vez, duas vezes, três vezes, nunca prestou, nunca serviu.
Talvez seja melhor ser um Deus, Deovany para a Guiné-Bissau que um coroinha que nem serve para ajudar à missa na república portuguesa.
A nossa Pátria será onde trabalhamos ou onde nascemos?
Acredito que Geonany Quenda será bem aconselhado e fará a escolha certa (gostaria que o Sporting Clube de Portugal o apoiasse na decisão) entre ser um eterno convocado na selecção portuguesa, ontem n' A Bola, Rogério Azevedo, aconselhava Quenda a ter calma "Fonte só se estreou com mais de 30 anos" (p.31), sem nunca jogar ou optar por levar a Guiné-Bissau, pela primeira vez na História ao Mundial de 2026, a decisão é dele.
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