2022 em balanço (6)
DESPEDIDA DO ANO: PALHINHA
Custou, mas algum dia havia de ser. No Verão passado, João Maria Alves Lobo Palhinha Gonçalves disse adeus ao Sporting. Ou, pelo menos, um "até sempre". Já tinha estado para acontecer um ano antes, mas a SAD conseguiu segurá-lo alegando que o jogador só sairia pela cláusula. Para conforto de Rúben Amorim, que o considerava um dos imprescindíveis do nosso plantel.
Desta vez partiu mesmo. Saiu em Julho, para cumprir um sonho já antigo de actuar na Premier League. Rumou ao Fulham e acabou por render aos cofres leoninos bastante menos do que chegara a ser equacionado: apenas 20 milhões de euros, acrescidos de dois milhões por objectivos fáceis de concretizar. Assegurando o Sporting ainda 10% da mais-valia de uma futura transferência do jogador, saído da cantera de Alcochete.
Não foi uma despedida fácil: a ligação de Palhinha aos adeptos e ao próprio clube que o formou era muito forte. Mas, aos 27 anos, tomou a decisão certa: era o momento ideal de dar um salto para o exigente campeonato inglês, principal montra do futebol à escala planetária. Não se tem dado mal por lá: o emblema orientado por Marco Silva está de momento em sétimo na classificação, em igualdade com o Liverpool e a escassos dois pontos do Tottenham.
Para este bom desempenho o seu contributo tem sido inestimável. Ainda há dias, com um golo de cabeça, contribuiu para a segunda vitória da agremiação londrina, cujo desempenho está a exceder todas as expectativas. Ao contrário do Wolverhampton, actual clube de Matheus Nunes, que permanece em penúltimo, com risco de descida. Palhinha, sendo médio defensivo, já leva três golos no futebol inglês. Sempre que marca, o Fulham vence.
Confirma, no fundo, os atributos que havia revelado no Sporting - onde contribuiu para a conquista do campeonato nacional na inesquecível época 2020/2021. Assegura consistência defensiva, acrescenta robustez física ao meio-campo e protagoniza o transporte ofensivo com critério e classe. Com a eficácia de sempre nas recuperações e nos desarmes. Um elemento nuclear nas acções de transição.
Deixou saudades entre os adeptos por cá. Merece toda a sorte do mundo.
Despedida do ano em 2012: Polga
Despedida do ano em 2013: Wolfswinkel
Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim
Despedida do ano em 2015: Marco Silva
Despedida do ano em 2016: Slimani
Despedida do ano em 2017: Adrien
Despedida do ano em 2018: Jorge Jesus
Despedida do ano em 2019: Bas Dost
Despedida do ano em 2020: Bruno Fernandes
Despedida do ano em 2021: Nuno Mendes