2018 em balanço (6)
DESPEDIDA DO ANO: JORGE JESUS
Este foi o ano de várias despedidas no Sporting.
Poderia mencionar Fábio Coentrão, que animou as bancadas de Alvalade com exibições de grande nível na época passada após ter quebrado a jura de não vestir outra camisola em Portugal senão a do Benfica. Veio a saber-se afinal que é um sportinguista de coração e procedeu dessa forma, bem vestido de verde e branco, entre proclamações de fé leonina.
Poderia mencionar Bryan Ruiz, capitão da selecção da Costa Rica, que permaneceu no Sporting ao longo de três épocas - descontando um semestre de exílio interno por causas nunca até hoje divulgadas - e acabou por sair da forma mais discreta possível, sem sequer receber um merecido aceno de até sempre, no início do Verão que passou.
Poderia mencionar os jogadores que rescindiram unilateralmente contrato com o Sporting. Uns regressaram a Alvalade, outros fecharam mais tarde acordo com o clube para a desvinculação, uns tantos sujeitam-se às consequências da via litigiosa entretanto encetada.
Mas a despedida mais marcante foi, na minha perspectiva, a de Jorge Jesus. O técnico que em Junho de 2015 substituiu Marco Silva e foi apresentado em euforia pelo presidente Bruno de Carvalho como garantia do regresso do Sporting ao mais cobiçado dos títulos, que nos foge desde 2002. O técnico que atraiu multidões a Alvalade. O técnico sempre com o coração ao pé da boca e de esbracejar contínuo junto ao relvado durante os jogos. O técnico das declarações polémicas. Também o técnico que passou a auferir o maior salário de sempre no futebol português ao cruzar a Segunda Circular.
Esperava-se muito dele. Pelo currículo, pela sabedoria, pelas condições inigualáveis que lhe foram proporcionadas pelo anterior líder leonino, pelas expectativas que ele próprio elevou ao proclamar perante sócios e adeptos que o Sporting estava de regresso ao combate pela conquista do campeonato. Esteve quase a conquistá-lo, logo na primeira época: resta ver o que a justiça desportiva ainda dirá sobre o assunto, que não está totalmente encerrado. Mas as restantes temporadas foram decepcionantes.
Jorge Jesus, em ruptura definitiva com Bruno de Carvalho, abandonou o Sporting na sequência do assalto a Alcochete e da derrota frente ao Aves na final da Taça verdadeira. Rumou à Arábia Saudita, com um contrato ainda mais milionário, tendo vencido apenas uma Supertaça em 2015 (a meias com Marco Silva, que qualificara o Sporting) e uma Taça da Liga em 2018 - proeza inédita para as nossas cores, esta conquista de um troféu menor.
Títulos, só os que proporcionou aos jornais - foram diversos e bem sonantes.
Tudo visto e somado, soube a muito pouco.
Despedida do ano em 2012: Polga
Despedida do ano em 2013: Wolfswinkel
Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim
Despedida do ano em 2015: Marco Silva
Despedida do ano em 2016: Slimani
Despedida do ano em 2017: Adrien