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És a nossa Fé!

B SAD - Benfica

Pedro-Proença (1).jpg

Ontem, na mesma semana em que Leonardo Jardim ganhou a Liga dos Campeões asiáticos, Abel Ferreira bisou o triunfo na Taça dos Libertadores. Momento glorioso do futebol nacional, a comprovar a excelência da "escola portuguesa" de técnicos, acoplada à da plêiade de jogadores que vêm brilhando nos clubes mundiais, secundados por inúmeros outros, menos celebrizados, que abundam no futebol internacional. Algo que deverá ser associado aos bons percursos das selecções jovens, bem como às prestigiantes posições do país nos "rankings" de selecções seniores e de clubes.

Neste âmbito, em que o futebol português mostra uma competência profissional bem acima do que a economia e a demografia poderiam determinar, continua a vigorar uma mazela grave, o seu dirigismo. A rábula de ontem, o jogo B SAD-Benfica, é demonstrativo dessa incompetência. A questão não se restringe às direcções dos dois clubes (seja lá o que for o tal B SAD). As equipas foram a jogo, como lhes competia. A direcção da tal empresa que joga no Jamor talvez pudesse ter sido mais previdente, a do Benfica mandou a equipa entrar em campo, como lhe era mandatório.

A questão é outra, pois dois anos após a chegada do Covid-19 este caso não pode ser considerado inesperado mas sim um cenário muito previsível. E ao longo deste biénio a Liga de Clubes, instituição que decerto tem vastos recursos jurídicos, teve a obrigação de se rodear de consultores na área da epidemiologia e da saúde pública, que sublinhassem a efectiva possibilidade de tal situação. E é evidente que essa conjugação de especialistas já devia ter produzido um enquadramento regulamentar destinado a situações excepcionais. 

Assim sendo, não se justifica atirar as responsabilidades do acontecido para instituições externas ao futebol, à DGS e seus quadros locais, ao Ministério da Saúde, ao Governo, seja lá qual for. A responsabilidade da trapalhada de ontem - um escândalo internacional -  é da Liga dos Clubes, inerte. É certo que os regulamentos são aprovados pelo colectivo das direcções clubísticas mas deve ser evidente que é à Liga que compete a sua sistematização, ponderação e apresentação.

A barracada de ontem tem uma cara, a de Pedro Proença. O resto é fogo de vista. E compete aos adeptos do futebol chamar os "bois pelos nomes", não se deixarem enredar em discussões eivadas de clubite. Há que olhar para o dirigismo (o dos clubes também, claro, mas nisso cada massa associativa escolherá...) e fazê-lo ascender à qualidade excepcional apresentada pelos restantes intervenientes no futebol (jogadores, técnicos, muito presumivelmente as áreas de medicina desportiva e de fisioterapia).

E para isso há que calibar os olhares críticos dos adeptos, que muito se distraem com o saltar da bola e os hinos clubísticos. Para o sublinhar insisto nisto: os adeptos portugueses tiveram frémitos de indignação desapontada com o falhanço do apuramento directo da selecção para o Mundial-22. Discutiu-se (e discute-se) até à exaustão a pertinência do seleccionador, as prestações de determinados jogadores, o modelo táctico, o empenho, etc. Mas ninguém discute o facto fundamental do percurso da selecção nacional neste Mundial - e que talvez lhe provoque a eliminação, para acabrunhamento generalizado e enormes perdas económicas para o futebol português. É que, mais do que provalmente, a selecção não conseguiu o apuramento directo para o Catar-22 porque a direcção da Federação Portuguesa não pediu VAR para o jogo na Sérvia. Que maior demonstração da incompetência radical do dirigismo do futebol português se poderá encontrar?

Suspenda-se, por momentos, o clubismo. E as críticas pessoalizadas. E encare-se que as instituições têm de ter melhores dirigentes.

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