Au revoir. Ou da falta de chá.
Num jogo comandado por um manhoso francês que deixou algo a desejar no capítulo disciplinar e na contagem do tempo e em que Inácio deu uma casa do tamanho dos Jerónimos ainda o jogo quase não tinha começado, acho o resultado final lisonjeiro para as nossas hostes. Passo a explicar:
1- Mais uma vez jogámos com dez, não com um 10. Escolham os leitores o que não esteve em campo, para mim à excepção de Adan, de Ugarte e Edwards, todos cabem neste saco (que me parece cada vez mais de gatos).
2- Ao treinador da Juventus bastou um jogo para anular a táctica maravilhosa do para trás e para o lado e dos três avançados móveis e ao contrário do nosso, tinha um plano B, teve um 4X1X4X1, que anulou Pedro Gonçalves e teve sempre um avançado fixo, a maior parte das vezes Di Maria, que acorrentou Nuno Santos à linha de meio campo, até nos cantos, onde o nosso esquerdino poderia remater uma "segunda bola".
3- Porque falhámos pelo menos quatro bolas de golo, duas de baliza quase escancarada, por Coates, que coitado faz o que pode como avançado-centro, mas não tem muito jeito para jogar com os pés. E como quem não marca não merece nem consegue ganhar, o resultado de hoje foi justo, ponto final parágrafo.
Queria dar uma nota final à forma como Ruben Amorim desconsiderou três dos maiores goleadores que passaram pelo nosso clube: Liedson, Derlei e Slimani, comparando-os com Paulinho e Tiago Tomás, dizendo que estes foram campeões e os três não o foram, querendo dizer, ou dizendo mesmo, que os golos que marcaram não acrescentaram nada ao palmarés do Sporting. É muita falta de chá e falta de respeito por três profissionais exemplares (um, Slimani, que mandou embora e é a génese desta malfadada época e a causa de ter perdido o título na época passada). Percebe-se o contexto, não se desculpa o deslize.
O nosso treinador não consegue explicar porque é que o Coates falha de baliza aberta. Eu, que não sou treinador mas vejo bola há mais de cinquenta anos, explico: É porque o Coates não é avançado-centro, ou ponta-de-lança ou matador, o que quiserem. Uma equipa tem que ter pelo menos dois jogadores para a mesma posição, ora o Sporting começou uma época apenas com um ponta-de-lança, ainda por cima num sistema de avançados volantes. Diz ele que não consegue perceber como se criam tantas oportunidades e se falham tantos golos. Pois eu ajudo, mister, é porque não temos ninguém que as meta lá dentro e não há ninguém para quem cruzar bolas. Excepto quando lá está o pronto-socorro do Coates, claro.
Hoje, no aquecimento, dei-me ao trabalho de estar atento àquela parte dos remates à baliza. Pois sabem que dos nossos supostos marcadores de golos, nenhum, nem a brincar, a meteu dentro da baliza? Ora se isto nem a brincar, como seria diferente a sério?
Com os mínimos por um canudo, e com participação provável (que não se sabe como vai ser isto daqui até ao fim) na Liga Conferência, vamos finalmente entrar na Liga do nosso treinador, o maior nas conferências.
Bom, se ele ainda for nosso treinador. Continuo a desejar que seja, mas um bocadinho menos teimoso, pode ser?