Assalto terrorista a Alcochete
Faz hoje um ano que fomos confrontados com um ataque cobarde à academia de futebol do clube, que a Justiça, e eu disso percebo muito pouco, tipificou como assalto terrorista. Foi o dia mais negro da historia do Sporting, dia esse que começou com o envolvimento do braço direito para o futebol do então presidente num processo de corrupção desportiva e que acabou com o treinador e jogadores num posto da GNR, e o então presidente num hotel de Lisboa a justificar-se perante os "croquetes" e "sportingados" do Grupo Stromp.
Um ano depois, que passou bem depressa para muitos de nós mas se calhar mais devagar para quem passou o ano na cadeia, com o dito presidente, que não teve a decência de pedir de imediato a demissão, destituído, suspenso e actualmente em vias de ser expulso, e um novo presidente eleito nas eleições mais concorridas de sempre a ganhar titulos nacionais e europeus.
O rombo colossal (reputacional, financeiro e desportivo) produzido na SAD pelo assalto, que só foi possível estancar depois da destituição do então presidente, obrigou a negociações difíceis e a acordos que seriam sempre avaliados como medíocres noutro contexto. Mas felizmente que o desastre que muitos previram não se cumpriu, temos uma equipa reconstruída, incluindo estrutura técnica e de apoio, mais de 50M€ recuperados com os que rescindiram, e conseguimos fazer retornar o melhor de todos eles, aquele que pode proporcionar proximamente um encaixe superior aos tais 50M€ e fechar o ano desportivo com mais de 100M€ em vendas, pagar dívidas e encargos por satisfazer e por a SAD em terreno firme. E chegaremos ao final da época pelo menos com a Taça da Liga ganha, 3º lugar na Liga e entrada directa na Liga Europa e com lugar na final da Taça (que podemos vir a ganhar).
Mas quando relembramos as cenas daquele dia lá no local de trabalho da equipa profissional de futebol do clube (se as TV´s não estivessem presentes, se calhar muita coisa teria sido diferente, e o encobrimento e desvalorização presidencial (o tal "foi chato") teria tido sucesso, as imagens de Jorge Jesus, Manuel Fernandes, funcionários do clube e dos jogadores no meio da turba, ficam muitas coisas por esclarecer, muitas perguntas no ar, muitas derivadas da incrível promiscuidade que existia entre presidente e claques e da ligação das mesmas à candonga de bilhetes e ao tráfico de substâncias, que esperemos que a Justiça (quando conseguir ultrapassar os atrasos forçados pelos advogados) ou o tempo (por exemplo, quando alguém mais tarde quiser "por a boca no trombone" e escrever um best-seller sobre o assunto) ajude a esclarecer.
De qualquer forma, o importante hoje é valorizar tudo o que mudou para melhor, e dizer ao mundo que nunca mais o Sporting Clube de Portugal será falado por tão tristes razões.
SL