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És a nossa Fé!

As lapas e os barões alapados

Não fosse a silly season do Sporting all over the damn year e a gente até dava de barato as notícias das dívidas, como refere o Pedro Correia mais abaixo, que serão carvão mais ou menos intenso quanto maiores são as verbas supostamente em dívida e de quanto menos importantes no panorama futebolístico são os reclamantes e a que já vamos estando habituados. Nisto da bola quer-me parecer que todos devem a todos, o que define muito bem o quão inflacionado e irrealista é o panorama a nível global. Nada contra os empresários, os poucos que são sérios, mas eles são os enormes culpados por um mais que anunciado declíneo do futebol, pelo menos fora dos big five, como o conhecemos. O fosso que vai sendo cavado está na iminência de tornar todos os outros em pouco mais que meros fornecedores de matéria-prima para o circo dos ricos.

E a propósito de empresários e pagamentos ou falta deles, ressuscito o pagamento a Jorge Mendes de uma verba considerável num negócio que envolveu Rui Patrício e a renovação do contrato, bem como a compra da totalidade do passe. Entendeu e bem o Sporting liderado por Bruno de Carvalho na altura, que não seria devido a JM qualquer verba. O Sporting liderado por Frederico Varandas entendeu reverter esta situação e pagou cerca de 4M€ se a memória não me falha, por uma percentagem dos direitos económicos do jogador. Teve outro entendimento, com o qual estou em desacordo, mas adiante, responderá pelos seus erros de gestão cedo ou tarde. O que me espanta é que pouco tempo depois e na minha opinião com a mesma razão que assistiu à decisão do seu antecessor, decidiu não pagar à Sampdória uma mais-valia pela transferência do jogador Bruno Fernandes para Manchester. A questão aqui é, se me permitem a interpretação, que há uma clara dualidade de critérios (se paga a um terá que pagar ao outro, ou não paga a ambos, os motivos são semelhantes), que só se pode interpretar como uma dependência gritante dos bons(?) ofícios do super-agente, que pelo que temos visto tem retribuido a contento, com a colocação de verdadeiros craques nas nossas tropas, vulgo os Jesés coxos, marrecos e pernetas que por cá têm arribado e vão sorvendo os muitos milhões que Frederico Varandas se gaba de ter conseguido em vendas (e conseguiu, de forma tosca, mas já lá vamos), depauperando os cofres da SAD e do clube, como accionista maioritário da sociedade.

Já dizia um ex-primeiro-ministro que dívida não é para ser paga ( estranho conceito, este ), mas entre o deve e o haver a coisa deve andar equilibrada. Haverá eventualmente, num exercício de especulação apenas, uma falta de acerto de compromissos em que me parece que esta rapaziada que dirige(?) o clube parece ser barra. Jovem turco não é quem quer, é quem pode e sabe...

E vamos lá ao título do post então, com a notícia da venda (carvão? preparação dos sócios para o inevitável?) de Palhinha, com o Braga (grrrrrrrr!!!) a levar neste caso mais alguns milhões, num negócio surreal (algo a ver com o negócio Amorim?). Desculpem o meu péssimo francês, mas isto é mesmo sem vaselina... O título, dizia eu: Perante uma época desastrosa, com a quebra de todos os recordes negativos, menos o do sétimo lugar na classificação (grande desiderato!), uma conta de gerência aterradora (dizem eles, não eu que não entendo nada de finanças), depois da venda dos melhores activos desportivos e da preparação da venda dos poucos anéis que restam (ande umas linhas para trás), depois da contratação de nulidades e um fantasma onde gastaram grosso modo 150M€, entre custos de passes e vencimentos, com a contratação de um treinador sem a qualificação necessária, o segundo depois de Silas, que não ganhou a nenhum dos adversários directos e cujo passe custou a verba estratorférica de, custos totais, mais de 20M€ (indemnização ao... Braga! Vencimentos, equipa técnica), etc. etc. esta gente, liderada por um suposto representante dos associados, mas que em primeira instância representará outros interesses (onde raio já se viu um dirigente de um clube ser representante de um grupo interessado na compra da sua SAD?), que não cumpre descaradamente os estatutos, numa posição ditatorial (onde é que eu já ouvi falar em coreano em relação a dirigentes do Sporting?) que insiste em não dar a palavra aos sócios, utilizando um estratagema rasca de adiamento da AG para aprovação do orçamento, que será chumbado e onde haverá um expressivo voto de repúdio à gestão Varandas/Alves, para as calendas, denota um comportamento digno de...lapa! Para quem não conhece, a lapa é um molusco gastrópode marinho que vive nas zonas intermareais, tipo nem é do molhado, nem é do seco, aproveita o melhor de ambos. Caracterizam-se por se fixarem (alaparem) de forma resistente à rocha onde crescem, vivem e morrem, alimentando-se do que outros produzem, sem qualquer esforço próprio. Mamam à pála, em bom português.

Eu, nas minhas passeatas durante as marés baixas, desalapo algumas que preparo na chapa, com um sumo de lima, alho, picante e manteiga. Estas eu, com alguma argúcia e sentido de antecipação, consigo desalapar.

As que se alaparam ao poder no Sporting eu sozinho não consigo, mas terá que haver uma grande maré que convença muita gente a molhar o cu para desalapar estes incompetentes que, saindo do Sporting, dificilmente terão rocha que os acolha. Sob pena de não haver mais Sporting.

7 comentários

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    Maria Inês 31.07.2020

    Se a maioria dos representantes do povo achar que o governo nao está a corresponder àquilo que prometeu, que está a ser nefasto para o País e/ou que há um maioritário clamor popular contra esse governo, há mecanismos legais e democráticos para os por a mexer. Quando um governo nao tem maioria é até extremamente fácil com uma moçao de censura obrigar o governo a demitir-se. Ou até o próprio Presidente da República pode dissolver o Parlamento como aconteceu ainda há nao muito tempo com Santana Lopes. Já aconteceu e voltará seguramente a acontecer. Em Espanha por exemplo aconteceu fez agora dois anos. E nos EUA só nao aconteceu com o Trump porque faltava a maioria aos democratas para o porem a mexer, mas pelo menos obrigaram-no a ir defender-se de muita da porcaria que anda a fazer e impedem-no repetidamente de fazer outras.

    Mas infelizmente no Sporting uma direcçao eleita com uma "larga" minoria de votos, com uns resultados desportivos e financeiros desastrosos a meio do mandato, e com um maioritário clamor popular apelando à sua demissao, faz orelhas moucas a tudo e todos, e pior do que isso nao dá nenhuma oportunidade aos sócios de legal e democráticamente manifestarem essa sua opiniao. E como se nao fosse suficiente ainda nos querem fazer comer gelados com a testa com as lamentáveis entrevistas compradas nos pasquins desportivos dos seus amigos.

    Bastaria com agilizar a realizaçao de uma AG para aprovar as contas e o relatório de actividades e estou convencida que o chumbo seria brutal. Depois, ou agora já, caberia ao presidente da AG auscultar a sensibilidade dos sócios e agir nos supremos interesses do clube. Assim como fez o anterior presidente da AG, e bem, no caso de Bruno de Carvalho, ou emolulando o que fez Godinho Lopes, e bem, quando sentiu um clamor desta igual dimensao contra ele depois de uma época desportiva, que tirando o lugar na classificaçao final, até foi bem melhor que esta.

    A democracia é suposto funcionar quando serve nao só para eleger mas também para destituir. Por isso se escrevem constituiçoes e estatutos e há sempre organismos de tutela e controle sobre quem governa. Porque em última instancia quem manda é o povo ou os sócios, segundo o caso, e quem governa deve em todo o momento saber ler os sinais que a sociedade lhe manda.

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    João Gil 31.07.2020

    Cara, tem toda a razão. Olhe, no Benfica chumbaram as contas (porque perderam este campeonato mal perdido) e estão todos em delírio com LFV a aplaudir o antes odiado JJ. E no entanto o SLB tem colecionado campeonatos e bons resultados financeiros, ao contrário do Sporting. Veja portanto a racionalidade do chumbo das contas. Nós também já tivemos AG assim, em que os sócios se manifestaram clamorosamente e não foi isso que alterou a competitividade do futebol do Sporting, que é disso que se trata e nada mais.
    A cara fala em dar oportunidade legal e democrática aos sócios de se pronunciarem, como se os sócios não se tivessem legal e democraticamente pronunciado. Como vivemos em democracia cada um presume o que lhe dá mais jeito e se molda melhor à sua crença. Também é próprio e não vem mal ao mundo por isso. Se não exerceu o seu direito de voto podia ter exercido. Eu exerci o meu, votando. Posso não ter ficado feliz com a solução, mas aceito-a democraticamente e aguardo a oportunidade de novas escolhas. Se o clamor popular é tão grande como diz podemos ficar descansados que o homem cai. Acho que faz muito bem em não comer gelados com a testa. Dá cabo do gelado e besunta a testa toda. Gelado é uma coisa boa e há maneiras melhores de o saborear.
    Aguardemos pois, serenamente. Quando houver eleições, eu conto votar. Até lá, fico a ouvir o clamor dessa mole de Sportinguistas que exige uma AG de destituição do presidente por uma época futebolística desastrosa. Como se não tivesse havido épocas futebolísticas desastrosas com outros presidentes e outras direções. É uma ideia. Se calhar norma a introduzir nos estatutos. Ao clamor popular de “demissão”, demite-se o presidente e põe-se lá outro. Nem é preciso AG, basta o clamor. Poupa-se burocracia, tempo, dinheiro e evitamos os energúmenos do costume a vociferarem impropérios nas assembleias. Apoio.
    SL
    .

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    Edmundo Gonçalves 01.08.2020

    João Gil, está a confundir a estrada da Beira, com a beira da estrada, desculpe-me.
    Não é a época desastrosa que está em causa, é a inenarrável (des)governação que está em causa, é a incapacidade demonstrada para a falta de mão para dirigir o barco, é o desnorte total no torrar de milhões em jogadores que até eu, que não sou olheiro e não percebo nada de bola, não compraria, foi a venda das jóias da coroa com a justificação de que não havia dinheiro e depois gastou-se o dinheiro das vendas em jogadores de categoria imensamente inferior aos que se vendeu. Isto não lhe coloca uma pulga atrás da orelha? Não o põe a pensar? A época desastrosa é consequência de uma gestão de miúdos deslumbrados com o poder. Não se questionou porque é que os primeiros a sair foram os mais velhos? (o Xicão não conta, até porque nunca ninguém o viu na sede) Eu respondo-lhe: Porque não querem estar associados a uma gestão como esta, de vão de escada, que coloca em causa a sua vida e o seu futuro profissional.
    Diz-me que o Sporting não acabará nestes dois anos que faltam. Tenho para mim que sim e sabe porquê? Porque o Sporting está hoje muito mais pobre do que em Setembro de 2018, quando Sousa Cintra deixou o clube nas mãos de Varandas e Alves. A espiral de loucura e incompetência tem sido tanta que até um leigo em finanças e gestão como eu, me arrisco a dizer que não faria tão mal. Bom, pelo menos não chamaria um qualquer Hugo Viana para me ajudar nas finanças do clube.

    Saudações Leoninas
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    João Gil 01.08.2020

    Meu caro Edmundo Gonçalves,
    Não lhe faz espécie que para afastar BdC tenha havido mobilização massiva, recurso a tribunais e o clube tenha afastado o ex presidente em tão pouco tempo e agora, que há esse clamor popular tão avassalador contra Frederico Varandas não se veja mobilização no clube no sentido de o afastar, usando as armas legais ao alcance dos sócios?
    Isso não lhe diz nada?.
    Eu acho que os anti Varandas e contestatários desta direção, com quem eu partilho a preocupação com a gestão desportiva do Sporting, não sabem onde é a estrada, a Beira ou onde fica a beira da estrada que se propõem calcorrear.
    Não estão à espera que o comum dos sócios confunda as tarjas da Juve Leo com o tal clamor popular que derrubará o presidente do Sporting, imagino.
    SL


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    Edmundo Gonçalves 01.08.2020

    Obviamente que não estou!
    Há hoje uma diferença substancial em relação ao tempo a que se refere: Um PMAG que, para uns bem, para outros mal, assumiu as despesas e levou para a frente um processo de destituição. E, coisa bastamente vista no Sporting, uma manifestação de uma centena de "notáveis" encabeçada por quem hoje está no poder (curiosamente?). Lembro-lhe que houve já este ano duas manifestações exigindo ao PMGA que tome uma atitude, imensamente superiores em número, na ordem dos milhares e não, a maioria de quem lá esteve não é da Juveleo, e o que fez o PMAG? Nada! A obrigação do PMAG é ouvir os sócios e perante duas imensas manifestações de repúdio, seria sua obrigação marcar uma ocasião para que eles fossem ouvidos. Que fez até agora Rogério Alves? Nada, o PMAG interpreta os estatutos a seu bel-prazer, desconsiderando os seus consócios. A democracia que evoca é também isto, atender aos anseios dos sócios, que são quem manda no clube. Em abstracto e absurdo, até podem decidir acabar com o clube, ainda que ao PMAG não concorde. É a democracia, que anda arredada do Clube, desde 2018...
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    Joao Gil 01.08.2020

    Caro, insiste na exigência de eleições porque a época correu mal e discorda da gestão do clube. Está no seu direito. Vote contra nas AG e quando chegarem as eleições escolha outra candidatura para não reeleger a actual. Dizer que os sócios não têm voz quando saímos de eleições há 2 anos, não entende que não é argumento? Não há evento suficientemente relevante para provocar eleições antecipadas. Tem de encontrar argumentos mais fortes e é por isso que os tais salvadores do Sporting que você diz que existem não se manifestam nem aparecem disponíveis para derrubar a actual direção e encabeçar outra, nesta altura. As coisas são como são.
    Venham de lá esses salvadores e os seus programas e então se verá se reunem forças suficientes para provocar a alteração de política e de momento que muitos dos sócios e adeptos asneiam ver acontecer no Sporting.
    Não é complicado. Os sócios estão à espera. Eu estou
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