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És a nossa Fé!

Armas e viscondes assinalados: Quando a cabeça não tem juízo o Sporting é que paga

Vitória de Setúbal 1 - Sporting 1

Liga NOS - 19.ª Jornada

30 de Janeiro de 2019

 

Renan Ribeiro (3,5)

Salvou o ponto possível nos descontos, quando Nani fez um atraso de bola calamitoso e ofereceu um segundo golo dos setubalenses que o brasileiro não deixou acontecer. Teria sido o pior castigo imaginável para quem começara a tornar-se mero observador depois de uma primeira parte trabalhosa, e na qual foi deixado à mercê do adversário no lance do golo que ajudou as duas equipas que não chegaram à final da Taça da Liga a adiantarem-se na luta pelo outro lugar de acesso à Liga dos Campeões que não implica vencer o campeonato.

 

Ristovski (2,0)

Pareceu-lhe que era boa ideia gritar com um árbitro que aos dez minutos já tinha amarelado o colega que evitou ser expulso por acumulação e preferiu deixar escapar o autor do golo da equipa da casa. Tudo bem que o macedónio teve uma ligeira atenuante: Hélder Malheiro nem falta marcou ao adversário que lhe desferiu uma cotovelada capaz de fazer nascer de imediato um enorme galo na testa. Expulso quando a equipa tentava inverter o resultado negativo, ainda demonstrou dotes de ninja ao partir uma bandeira de canto com um pontapé, pelo que a suspensão que irá receber por ter sido agredido à cotovelada enquanto o videoárbitro metia sal nas pipocas é capaz de o afastar de mais jogos além da recepção ao Benfica. Diga-se, em abono da verdade, que não estava a fazer um jogo brilhante antes de perder a cabeça em mais do que um sentido.

 

Coates (4,0)

Terminou o jogo como único central leonino e, tendo em conta que toda a gente que joga ao seu lado acaba por sucumbir à fadiga muscular ou partir o nariz, talvez seja altura de apostar no 3-3-4 depois de o 3-2-4 ficar muito perto de valer três pontos. O uruguaio voltou a mostrar a razão para, se houver justiça antes do reino dos céus, acreditar que ainda conseguirá grandes conquistas ao serviço do Sporting. Incansável a defender, com uma única falha que teve de resolver com o agarrão que lhe valeu um cartão amarelo que ficou colado no bolso em intervenções homólogas de adversários, manteve a média de cortes providenciais e integrou-se com extrema raça e critério em jogadas de contra-ataque. Não conseguiu marcar, mas pode ser que se esteja a guardar para os principais beneficiários dos dois pontos deixados em Alvalade.

 

Petrovic (2,5)

Já habituado a estar em campo com o nariz fracturado, desta vez teve direito a uma máscara facial para o proteger após ter sido operado. Infelizmente faltou-lhe protecção contra quem lhe mostrou o amarelo aos dez minutos, o que o dissuadiu de derrubar o autor do golo do Vitória de Setúbal. Compensou a falta de velocidade, perigosa ao enfrentar avançados rápidos, com entrega e bom timing nos cortes, acabando por ver-se sacrificado na hora do tudo por tudo.

 

Jefferson (3,5)

Com Acuña de partida e Borja de chegada, ninguém mais havia para titular. Facto: no primeiro quarto de hora de jogo fez dois cruzamentos aos quais só faltava um lacinho, mas Bas Dost desperdiçou os presentes do brasileiro com duas cabeçadas muito aquém dos mínimos. Jefferson não esmoreceu e passou o jogo inteiro a cruzar bolas, quase sempre em boas condições, sem que ninguém quisesse corresponder ao esforço de quem terminou só com dois colegas na linha defensiva.

 

Idrissa Doumbia (3,0)

Os primeiros minutos ao serviço do Sporting mostraram que pode ser uma solução muito mais dinâmica do que Gudelj para a posição 6. Ainda que não tenha convencido completamente no que toca a poder de choque, o reforço de Inverno é capaz de acelerar jogadas, tem visão de jogo e poderá ser muito útil em jogos vindouros. No desafio em apreço acabou por ser substituído para que o 3-2-4 aparecesse em Setúbal, sem o efeito obtido aquando de outra aparição, cento e tal quilómetros mais a norte.

 

Wendel (3,0)

Tentou resolver o problema com remates de média distância, após desperdiçar uma ocasião dentro da grande área, e em posição frontal, devido a uma overdose de fintas. Terminou muito cansado, visto que o ónus de jogar com menos um recaiu em grande parte sobre o meio-campo, o que não o impediu de a poucos minutos do final embrenhar na área e servir Bruno Fernandes para uma das melhores oportunidades de consumar a reviravolta.

 

Bruno Fernandes (3,5)

Conseguiu três grandes proezas - o remate oportuno que Bas Dost desviou para golo, resistir às recorrentes cacetadas dos adversários e chegar ao fim sem o segundo amarelo ao engolir palavras perante as artimanhas de um novo valor da arbitragem nacional -, e só lhe faltou um pouco de sorte para manter o Sporting próximo das duas equipas que não foram à final da Taça da Liga e lutam pelo lugar de acesso à Liga dos Campeões que não implica vencer o campeonato. Voltou a fazer passes emolduráveis e mesmo um cruzamento que só não foi perfeito porque Raphinha provou ser bastante mau a cabecear.

 

Raphinha (3,0)

Tirando aquela parte de ter recebido um cruzamento perfeito no coração da grande área e ter cabeceado sem nexo ao lado da baliza? O brasileiro voltou a agitar o ataque leonino, produzindo uma sucessão de jogadas que ninguém fez o favor de aproveitar. Na hora de desespero, sendo necessário Nani em campo, foi ele a sair em vez de Diaby, por razões que só Keizer conhece.

 

Diaby (2,0)

Bem tentou disputar bolas dentro da grande área adversária, mas Oliver Torres não foi emprestado ao Vitória de Setúbal, pelo que ninguém o chegou a carregar de forma tão flagrante que nem o ‘dream team’ para ali mobilizado pudesse ignorar. Particularmente penoso foi assistir à tentativa de pontapé de baliza em que se estatelou após falhar a bola.

 

Bas Dost (3,0)

Marcou um golo de elevada nota artística, com um toque com “a parte lateral do pé” e de costas para a baliza, mas passou o resto do tempo a recordar os adeptos e colegas de que anda de cabeça perdida no que respeita a utilizá-la para desviar bolas para o fundo das redes. Qualquer momento será apropriado para retomar aquela média de concretização que chegava a parecer demasiado boa para o rectângulo à beira-mar plantado.

 

Bruno Gaspar (3,0)

Chamado a jogo após a expulsão de Ristovski, combinou bem com Nani e fez um bom cruzamento que contribuiu o golo do empate. Também se aguentou bastante bem nas missões defensivas, ainda que uma linha de três com Coates no meio seja meio caminho andado para o sucesso.

 

Nani (3,0)

Tinha pouco mais de meia hora para ajudar a virar o resultado e livrar-se de ver o amarelo que o afastaria da recepção ao Benfica. Cumpriu o segundo objectivo e fez tudo o que estava ao seu alcance para atingir o primeiro, incluindo driblar um quarteto de adversários até ser derrubado. Pena é que tivesse ficado a um passo de oferecer a vitória ao Setúbal com um atraso incrivelmente disparatado.

 

Luiz Phellype (2,0)

Voltou a não conseguir fazer a diferença nos minutos que ficou em campo. Aguarda-se que isso suceda, mais cedo ou mais tarde, pois até ao presente momento não justificou a contratação.

 

Marcel Keizer (2,5)

Viu-se forçado a entregar a titularidade ao facialmente desafiado Petrovic, face à ausência de Mathieu e à falta de coragem para arriscar no corpulento Abdu Conté, apostou na estreia de Idrissa Doumbia face ao castigo de Gudelj, e deixou Nani no banco. Podia ter corrido bem, mas não era noite para isso, e se a desvantagem não levou o holandês a ser particularmente criativo, talvez por crer que o seu compatriota acabaria por cabecear decentemente , ficar com menos um jogador teve o condão de agitar a imaginação do pioneiro das tácticas 3-3-3 e 3-2-4, essa última prejudicada pela ineficácia do segundo avançado-centro. Mais difícil de explicar é o critério para prescindir de Raphinha em vez de Diaby.

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