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És a nossa Fé!

Armas e viscondes assinalados: Premissas diferentes para o mesmo resultado

Sporting 5 - Rio Ave 2

Taça de Portugal - Oitavos de final

19 de Dezembro de 2018

 

Renan Ribeiro (3,0)

Voltou a sofrer dois golos sem culpa, pois um autogolo com nota artística e uma grande penalidade nunca seriam propriamente fáceis de defender. Talvez também não conseguisse chegar à bola no livre directo que embateu na barra, mas esteve bem nas manchas, uma das quais impediu Fábio Coentrão de ter um regresso a casa ainda mais feliz.

 

Bruno Gaspar (1,5)

O autogolo vistoso que cometeu pouco antes do intervalo, numa tentativa de corte que resultou num chapéu perfeito ao seu guarda-redes, foi a principal nota de destaque de uma exibição marcada, mais uma vez, pela incapacidade de ajudar o ataque leonino. Se a extinção do dodó foi consequência directa da incapacidade que essa ave demonstrava no momento de voar, o que poderá estar reservado a um lateral que não sabe fazer cruzamentos? 

 

Coates (3,0)

Mesmo a indignação com que reagiu ao pénalti marcado por João Pinheiro, após um ressalto ter levado a bola a embater na sua mão, serve para mostrar a classe do central uruguaio. Nada convencido da justiça da decisão, insistiu de forma insistente mas civilizada com o árbitro, e não deixou que o episódio abalasse a sua concentração. Ficou bem perto de marcar o tantas vezes adiado golo de cabeça, encaminhando a bola para o poste mais distante no lance em que a recarga de Bas Dost selou o 2-0. E manteve a média de cortes de jogadas perigosas que faz de si um ausência muito notada na deslocação a Guimarães.

 

Mathieu (3,0)

Uma desatenção que permitiu ao irrequieto Gelson Dala rematar para fora dentro da grande área foi o pior momento do francês, desta vez incapaz de marcar de livre directo. Acabou por ter direito a alguns minutos de descanso necessários a dar rotina de jogo ao homem com quem irá formar dupla de centrais no próximo jogo do Sporting.

 

Acuña (3,5)

Duas assistências para golo e o incansável contributo para o domínio sobre uma equipa tão perigosa e bem organizada quanto o Rio Ave mereceriam melhor nota não fosse a faceta patologicamente contestatária do argentino. Empenhado em tentativas de comunicação com o auxiliar que mereceram vaias dos poucos mais de 12 mil presentes no estádio, acabou por ver o amarelo devido a uma sucessão de faltas enumeradas pelo árbitro.

 

Gudelj (3,0)

Tinha pela frente adversários valiosos e deu boa conta de si na maior parte do tempo. Sem sorte a rematar de longe, ainda sofreu um toque e viu-se forçado a sair do relvado mais cedo.

 

Miguel Luís (3,5)

As mesmas chuteiras de lã com que ganhou lugar na equipa de Marcel Keizer serviram-lhe para pautar a ligação entre defesa e ataque no meio-campo leonino. Já lhe chamam o novo Adrien, o que é uma péssima notícia para o Adrien propriamente dito.

 

Bruno Fernandes (4,5)

Um golo e uma assistência não chegam para traduzir aquilo que o capitão na ausência de Nani fez neste jogo. Apesar de o 3-0 ter sido o melhor do jogo, num míssil teleguiado com força, efeito e precisão, e apesar de a assistência para Diaby ser uma obra de arte. Todos os seus toques de bola foram excelentes e a assistência que fez para o potencial hat-trick de Bas Dost deveria contar mesmo sem ter sido concretizada. A exibição só não foi perfeita pelas duas ou três ocasiões em que insistiu em passar a bola para a direita quando tinha Jovane Cabral a isolar-se na esquerda.

 

Diaby (4,0)

Mais dois golos plenos de oportunidade, daqueles que o revelam como um avançado capaz de estar no sítio certo à hora certa, fazem pensar onde é que o maliano terá andado durante os seus primeiros meses em Alvalade. 

 

Jovane Cabral (3,5)

Voltou a não estar isento de trapalhadas ao longo de um dos raros jogos que fez do primeiro ao último minuto, mas integrou-se bem na fábrica de fazer goleadas leonina e ainda fez um cruzamento tão perfeito para o segundo golo de Bas Dost que quase dispensou o holandês de tirar os pés do chão no momento de cabecear.

 

Bas Dost (4,0)

Desta vez não sofreu nem converteu pénaltis, dedicando-se à sua especialidade de marcar golos que, sem serem de m..., não são para emoldurar e pendurar na parede. Rápido a encaminhar a bola para as redes no 2-0 e a arrastar os defesas consigo no 3-0, bisou de cabeça e só não chegou ao hat-trick devido ao excesso de ética protestante que lhe mandou devolver a bola a Bruno Fernandes sem que o colega estivesse à espera.

 

Petrovic (3,0)

Entrou para o lugar de Gudelj e interpretou bem o papel de unidade menos criativa de uma equipa concebida para criar. Consciente das suas limitações técnicas, o sérvio contorna essas dificuldades de modo a poder ser útil e a justificar o seu lugar no plantel.

 

André Pinto (2,5)

Teve direito a alguns minutos no relvado como ensaio para a deslocação a Guimarães no próximo domingo. Podia ter corrido melhor, pois ficaram patentes as dificuldades na hora de lidar com avançados velozes.

 

Ristovski (3,0)

Outro que recebeu alguns minutos para ganhar ritmo de jogo. Aproveitou-os bastante bem, nomeadamente nas missões defensivas, ainda que o grau de comparação fosse uma das piores actuações de Bruno Gaspar.

 

Marcel Keizer (4,0)

Repetiu o mesmo resultado do último jogo, ainda que sem o susto dos dois golos iniciais sofridos com o Nacional, e empolgou os poucos sportinguistas que fizeram uma pausa nos afazeres natalícios. Totalmente ganha a aposta em Miguel Luís e as substituições destinadas a dar minutos a jogadores que precisa de ter como opções válidas para o que der e vier. Mas o mais importante é a liberdade que concede aos criativos da equipa e que torna menos relevante a fase em que se encontra o trabalho defensivo.

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