Armas e viscondes assinalados: Dez milhões de razões para ter acabado muito mal (em versão reduzida, tão atrasada que quase prescreveu e que já vem contaminada pelo rombo no dinheiro que ficará para quem vier desfazer as varandices)
Famalicão 3 - Sporting 1
Liga NOS - 23.ª Jornada (ou qualquer coisa parecida)
3 de Março de 2020
Luís Maximiano (1,5)
Antes dos dez minutos sofreu dois golos, na segunda parte sofreu mais um e foi preciso esperar pelos últimos minutos para que conseguisse fazer uma defesa que impediu a repetição da bitola de Istambul. Corre sério risco de se deixar contaminar pelo caos que tomou conta do futebol leonino.
Rosier (1,5)
Existe uma realidade alternativa, tal qual no “The Man in the High Castle” de Philip K. Dick, em que Mama Baldé fez igual ou melhor do que o francês e algum empresário perdeu comissões relativas a uma mão-cheia de milhões de euros.
Coates (2,5)
Abstraindo as falhas e omissões que contribuíram para mais uma goleada sofrida pelo Sporting, aquele golo de cabeça que permitiu sonhar com a reviravolta e o empenho na segunda parte, ao ponto de sobre ele ter sido cometido um pénalti que o videoárbitro se encarregou de ignorar, mostraram que o herdeiro da braçadeira é o mais qualificado sucessor de brunos que existe no universo leonino.
Neto (2,5)
Ultrapassado no lance do 3-1, em parte devido ao medo de ver o segundo amarelo, mostrou-se particularmente acertado nos passes longos. Ainda assim, deu sobretudo nas vistas ao comparecer na “flash interview” e disparar para todos os lados, não se esquecendo de mencionar que “o dinheiro não compra tudo” na véspera de a SAD leonina concordar com o pagamento de dez milhões de euros ao Braga pela cláusula de rescisão de Ruben Amorim.
Acuña (3,0)
De longe o melhor jogador do plantel, o que certamente o coloca na rampa de lançamento para ser desbaratado no Verão, voltou a lutar quase sozinho contra as circunstâncias. Ninguém duvida que os tais dez milhões de euros entregues ao artista anteriormente conhecido por trolha seriam melhor empregues numa tentativa de clonar o polivalente argentino.
Battaglia (2,0)
Incapaz de ganhar a batalha do meio-campo, tanto permitiu excessivas veleidades ao adversário como travou jogadas de ataque.
Eduardo (1,5)
Fora de tempo, fora de espaço, mas pelo menos até maio dentro do plantel.
Gonzalo Plata (1,5)
Depressa esgotou os fogachos que tinha reservado para este jogo.
Jovane Cabral (2,5)
Só faltou sorte e pontaria ao mais mexido do ataque leonino. Muito remate, muito cruzamento e muito esforço inglório.
Vietto (1,5)
Faz lembrar as vedetas de Hollywood que a dado momento surgiram na lista de “venenos de bilheteira” pela forma desencontrada como lida com o golo. Voltou a falhar ocasiões fáceis neste jogo e em pelo menos numa delas, já na segunda parte, ao encostar da pior forma um cruzamento ao segundo poste, pareceu ficar esmagado pela tomada de consciência do mal que anda a fazer a uma equipa à qual tudo acontece.
Sporar (1,5)
Um pontapé na atmosfera quando se encontrava em posição frontal e uma recarga dirigida para as redes laterais constituem o parco pecúlio de um avançado que custou cerca de 65% do valor gasto no seu novo treinador ou perto de David Wang acrescida de dois irmãos gémeos.
Francisco Geraldes (1,5)
Pouco tempo, pouco discernimento, pouco ânimo.
Rafael Camacho (1,0)
Nas palavras de uma célebre banda musical portuguesa, “não dá, não dá, não dá”.
Pedro Mendes (1,5)
Bastaram-lhe minutos no relvado para protagonizar um lance que fica bem neste Sporting de contrafação: foi carregado inadvertidamente na grande área quando tentava ganhar posição, mas o videoárbitro entendeu por bem poupar a equipa de verde e branco à pressão de falhar um pénalti.
Silas (1,5)
Despedida inglória para quem se viu a perder por dois antes dos dez minutos de jogo e nunca pareceu acreditar na reviravolta, talvez crente de que estava a enfrentar o Alverca. Muito melhor esteve na conferência de imprensa, revelando o terceiro segredo de Varandas com a acuidade um alerta CM. Tragicamente impreparado para as funções que desempenha, faltou-lhe um Rogério Alves que impedisse a sua destituição.