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És a nossa Fé!

Armas e viscondes assinalados: A vida tal como ela é

Sporting 1 - FC Porto 2

Liga NOS - 15.ª Jornada

5 de Janeiro de 2020

 

Luís Maximiano (2,5)

Certamente não estaria à espera de um início digno de pesadelo, com um golo sofrido a frio num lance em que mais valeria ter ficado na baliza e recolher calmamente a bola controlada em esforço por Marega. Sendo certo que pouco mais fez até observar a bola alojar-se nas redes para o tardio duche de água fria do 1-2, limitando-se a demonstrar que precisa de treinar os pontapés longos, redimiu-se nos últimos minutos, evitando que o resultado final fosse ainda mais injusto do que a vida tende a ser para os sportinguistas. A uma excelente mancha que o deixou combalido, pois o joelho do avançado portista que seguia para a baliza embateu no seu queixo, seguiu-se uma palmada que desviou um remate rasteiro em zona frontal. Melhores dias virão para um jovem cheio de talento.

Ristovski (2,0)

Manchado pelo segundo de atraso com que reagiu à diagonal de Marega, tentou controlar as investidas do ataque portista e potenciar o ataque leonino. Sem grandes resultados, ainda que também nada de especialmente bom tenha resultado da sua substituição.

Coates (3,0)

Merecia que aquele seu cabeceamento enrolado valesse o empate à equipa que mais fez por vencer, mas o raio da vida é como é, pelo que a bola embateu do lado cimeiro da trave. Apesar de ser co-responsável pelo primeiro golo do FC Porto, e de não ter conseguido evitar o cabeceamento de Soares, remou contra a maré, como sempre, não hesitando em substituir-se a colegas mais talentosos na construção de jogadas.

Mathieu (3,0)

Outro bravo do pelotão, capaz de encontrar forças onde outros só gritariam de desespero. Uma das raras unanimidades que subsistem nas bancadas balcanizadas de Alvalade é a reacção nos momentos em que o francês pega na bola e convida-a para uma “promenade” no meio-campo do adversário.

Acuña (4,0)

Além daquilo que só pode ser descrito como uma tentativa de furar redes, com golo do empate à mistura, numa jogada de contra-ataque iniciada pela sua disponibilidade para reagir antes dos adversários? Mais de 90 minutos daquela raça que nunca se vergará, municiando os colegas com cruzamentos sucessivamente desperdiçados e impedindo os adversários de garantirem mais cedo que terminaria naquela tarde de domingo a tradição de saírem de Alvalade sem três pontos. Tivesse ficado mais uma meia-dúzia como ele e a mesma gerência que pondera transferi-lo por dois ou três dostilhões até seria capaz de ficar ligada ao fim do jejum.

Idrissa Doumbia (3,0)

Outro que merecia melhor do que o lance em que, no meio do caos instalado na grande área leonina, foi incapaz de impedir que Soares se elevasse o bastante para desviar a bola para a baliza. Por muito que o jovem médio resgatado à Tchechénia não seja um bafejado pelos deuses do futebol, o muito trabalho que está disposto a fazer vai contrabalançando as limitações de que padece. Assim foi no clássico de Alvalade, sucedendo-se intervenções acima das expectativas, incluindo o derrube de Danilo quando este se encaminhava para a baliza que lhe valeu um amarelo que o põe de fora da deslocação a Setúbal. Mas na hora fatídica permitiu o 1-2, sendo recompensado com a saída de campo na hora do tudo por tudo.

Wendel (3,0)

Incansável operário do meio-campo leonino, contribuiu para que o FC Porto deixasse a equipa da casa mais sossegada do que o resultado final permitirá adivinhar. Beneficiaria, no entanto, de ter maior liberdade para aparecer na carreira de tiro.

Bruno Fernandes (2,5)

A incapacidade de marcar golos ao FC Porto foi a única tradição que saiu reforçada no clássico, ainda que o capitão tenha rematado sempre que teve oportunidade. Vigiado de perto pelos adversários, cedeu protagonismo a Acuña e Vietto e quando deu por si já estava amarelado por protestos, tendo desde então o cuidado de evitar que Jorge Sousa voltasse a expulsá-lo como fez no Bessa. Ainda ameaçou o golo num livre directo, marcado de muito longe, mas terminou o jogo quase como médio defensivo. Foi uma oportunidade desperdiçada de dar algum sentido à temporada do Sporting e, de igual forma, de dar sentido à permanência do melhor jogador português a jogar em Portugal.

Vietto (2,5)

Só a assistência para o golo de Acuña faz o possível por compensar minimamente o festival de desperdício de golos que Vietto ofereceu aos adeptos que não deixaram milhares de lugares ocupados apenas pelas bandeirinhas de plástico verde desbotado que roubaram ainda mais sonhos de infância a Greta Thunberg. Sendo lamentável o excesso de pontaria que o levou a golpear o poste no lance em que o bombeiro entrou no relvado para retirar uma tocha, lances como aquele em que rematou ao lado após ser isolado por Luiz Phellype dão razão a quem encara a “falta de golo” do argentino como uma verdade absoluta que explica a inclusão de metade dos seus direitos desportivos no negócio que legitimou a presença de Gelson Martins no Atlético de Madrid como primeira voltinha no carrossel.

Bolasie (2,0)

Movimenta-se como um comboio desgovernado e na maioria das ocasiões prima pela coerência com tal característica. Poderia ter ficado ligado ao resultado se Jorge Sousa assinalasse pénalti num lance em que foi derrubado na grande área, mas a vida é como é. Sem fazer melhor uso da velocidade do que um amarelo atribuído a quem o travou num contra-ataque, teve a parca compensação de ser substituído, já com o jogo a acabar, por alguém que fez manifestamente pior.

Luiz Phellype (3,0)

Incluído numa equipa montada para jogar apesar da sua presença, mostrou-se decisivo no lance do golo do Sporting, ainda que tenha demorado instantes a acreditar que não se encontrava em posição irregular, e na segunda parte ofereceu um golo que Vietto se encarregou de esfumar. Já naquilo que os avançados-centro costumam fazer foi bastante menos eficaz, ao contrário dos homólogos vestidos de azul e branco.

Rafael Camacho (2,0)

Lançado por Silas como lateral-direito ofensivo, na hora do desespero, não conseguiu repetir a receita do jogo de Portimão.

Gonzalo Plata (1,5)

Algumas perdas de bola e pouco discernimento.

Jesé Rodríguez (0,5)

O “ponta de lança móvel” descoberto pelo inventor de novos paradigmas do futebol moderno destacou-se pela quantidade de quezílias em que se envolveu em pouquíssimos minutos. Na véspera, o finalmente inscrito na Liga Pedro Mendes deu a vitória aos sub-23 com um golo no coração da área. Como diria o outro, isto anda tudo ligado.

Silas (2,5)

Viu a estratégia desfeita pelo golo madrugador do FC Porto, marcado quando as faixas a recordar glórias passadas do Sporting ainda não tinham sido recolhidas, toldando a visão do relvado aos resistentes à mancha de lugares vazios nos lugares mais elevados do estádio, numa excelente metáfora da incompetência e apatia que se generalizaram no reino do leão. Mesmo assim nada temeu, viu os seus jogadores tirarem partido das gritantes limitações da equipa da Sérgio Conceição e chegou a um empate que parecia prenúncio da vitória que teve todas as condições (menos a pontaria) para ocorrer na segunda parte. Ao ver-se a perder, contra a corrente do jogo, arriscou substituições que em nada melhoraram o desempenho do Sporting, abrindo caminho para minutos de domínio portista que poderiam agravar mais alguns recordes negativos. Começa 2020 a 16 pontos do líder, a 12 pontos do segundo lugar e apeado do pódio da Liga NOS. Também para ele a vida é o que é.

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