Areia na engrenagem
Dentro das nossas quatro linhas, em boa verdade, os poveiros eram os favoritos para o embate da Taça. Se olharmos para a geografia do território nacional, a turma de Varzim estava muito mais preparada para transformar o futebol de 11 em futebol de praia.
Tendo o Sporting muito jogadores do tipo brinca-na-areia, porque dotados de uma técnica muito superior, controlar a bola, driblar, "sprintar" e travar a correria sobre terra seca é uma empreitada cuja técnica referida só atrapalha e prejudica - que o diga o Jovane Cabral.
Posto isto, é inaceitável que Alvalade apresente um relvado naquelas condições. Mais ainda quando este é um problema que se arrasta há anos. Já perdi a conta aos tapetes de relva que foram substituídos.
Temos um relvado que não está à altura das competições que disputamos e, mais grave, que prejudica e lesiona os nossos atletas.
O problema, repito, é estrutural. O estádio foi mal projectado. O Sol não "banha" o terreno de jogo.
E também por isso considero de rir e de muito condenar que o sr. arquitecto Tomás Taveira ainda "amande" umas sentenças estéticas sobre a mudança da cor das cadeiras do estádio, ameaçando que poderia impugnar a decisão do clube , alegando possível incumprimento contratual e certa traição da sua obra.
Se assim fosse ou se assim vier a ser com outras transformações que a direcção e os sócios vierem a decidir fazer ao Alvalade XXI sugiro que em primeiro lugar exijamos uma indemnização ao arquitecto pelo mau projecto que executou. Passava a ser ele a pagar os novos relvados e, ainda, nos intervalos dos jogos, passaria a fazer parte da equipa de tratadores que estão os 15 minutos da pausa a tapar buracos.