Arbitragem APAF
A arbitragem portuguesa tem uma triste história de parcialidade ou até mesmo de corrupção passiva às mãos de FC Porto e Benfica. O livro "Golpe de Estádio" explica bem a forma como Pinto da Costa e Reinaldo Teles minaram e conquistaram a arbitragem contando com o "trio de pintos" como Adriano Pinto (o dos "chitos"), Sardoeira Pinto e o inefável Lourenço Pinto, exactamente aquele que agora como presidente da AG do clube assistiu impávido às intimidações e agressões a sócios do clube sem nada fazer e muito menos chamar as autoridades. Autoridades essas que do Porto fizeram como a avestruz. Assim tivemos os casos Calheiros, Apito Dourado, e depois o Benfica de Luis Filipe Vieira com os "Padres e as Missas".
A APAF, como estrutura e como comunidade de árbitros e ex-árbitros, alguns no VAR, outros comentadores e especialistas na TV e nos jornais, tem sido o refúgio dos árbitros para protecção e conforto espiritual dos piores desempenhos e para promoção de alguns para um estrelato nacional e europeu que não encontra justificação na sua capacidade e isenção. João Pinheiro é o último produto dessa fábrica corporativista de apitadores do apito.
Além disso, conseguiu a APAF ganhar protagonismo na gestão da arbitragem, através dum falso conceito de independência dos clubes, e montou com o ex-vice-presidente do FC Porto Fernando Gomes, um CA gerido por elementos da APAF. Obviamente falso, porque os ex-árbitros que lá estão, por exemplo Paulo Costa, estão conotados com clubes, no caso o FCP. Outros estarão com o Benfica.
O Sporting, algumas vezes por opção própria mas principalmente pela instabilidade a nível de presidente, perdeu desde há muito protagonismo na gestão do futebol em Portugal. Bruno de Carvalho andou na campanha por Pedro Proença e por isso está lá um seu ex-vicepresidente. Rui Caeiro, penso que também Bruno Mascarenhas desempenhou um papel de representante do Sporting de que recusou abdicar depois da queda do seu presidente. Nada fizeram que se conheça em benefício do Sporting. Na gestão da arbitragem desde há muito não temos qualquer protagonismo.
A introdução do VAR, à boleia das autoridades internacionais da arbitragem, veio de facto introduzir a verdade desportiva minimizando os "roubos de igreja" dos tempos anteriores. Mas mesmo esse mecanismo e o protocolo associado tem vindo a ser manipulado para uso interno para gáudio de treinadores batoteiros e se calhar com "inside information" como Sérgio Conceição. Então temos os "penáltis de contacto", as expulsões por "cara na mão", os VARs "frame-a-frame", etc... Para roubar a casa, se não se rebenta a porta, entra-se pela janela.
Esta arbitragem do Soares Dias foi mais uma "arbitragem APAF" a que o Sporting teve direito esta época, menos vergonhosa do que as de Manuel de Oliveira e António Nobre, mas que desde o primeiro minuto mostrou uma dualidade de critério completo, nas faltas marcadas e nos amarelos mostrados. Que, independentemente dos méritos duns e erros doutros, decidiu o resultado do dérbi, porque a jogar com 10 desde o início da segunda parte a derrota do Sporting seria sempre o resultado mais provável. Quando é que o Benfica ou o FC Porto ficaram reduzidos a 10 num clássico por faltinhas como as do Inácio? Quantas são precisas para o Pepe ou o Otamendi serem expulsos? Recordemo-nos também que foi o mesmo Soares Dias a tentar oferecer o campeonato ao FCP expulsando o mesmo Gonçalo Inácio com dois amarelos consecutivos no jogo de Braga quando fomos campeões.
Mas se "tudo isto é triste, tudo isto é fado", se isto tem sido assim e vai continuar a ser, o que pode o Sporting fazer? Denunciar a situação com voz grossa, fazer papel de calimero nas conferências de imprensa? Elogiar Fontela Gomes como mal menor?
Eu só vejo duas:
1. Lutar por uma arbitragem independente, fora do controlo da APAF e auditada externamente.
2. Capacitar treinador e jogadores da inteligência emocional nececessária para gerir arbitragens adversas, o que implica ter um especialista em arbitragem dentro da estrutura conhecedora do "sistema" e dos árbitros com que se tem de lidar. Estava Gonçalo Inácio preparado para defrontar Soares Dias? Ou Edwards ? Ou Trincão? Obviamente que não.
Deixo aqui a pergunta, apenas para Sportinguistas. Comentários da "sardinhada" habitual seguem directamente para o lixo:
No que respeita à arbitragem, o que pode o Sporting fazer para dar a volta a esta situação que no fundo configura uma concorrência desleal?
SL