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És a nossa Fé!

Aposta na formação

Desde sempre tenho sido um sócio/adepto atento e interessado pelos escalões de formação, e estive presente ao longo dos anos em muitos jogos da equipa B em Alcochete e em pequenos e médios estádios do país. Até no Seixal e no estádio municipal (já nem me lembra o nome) onde o Porto B joga naquela promiscuidade local bem conhecida que o isenta de gastar dinheiro em infraestruturas de formação próprias.

Tenho por isso alguma autoridade para dizer que passámos um período negro nessa área com Bruno de Carvalho e os seus ajudantes, Virgílio e Inácio, e que com Frederico Varandas e Tomaz Morais conseguimos reverter o processo de degradação existente e lançar as bases para recuperarmos a liderança de que dispunhamos nos anos seguintes ao arranque de Alcochete.

Além do investimento a nível de infra-estruturas, a ideia basilar desta nova política é a centragem no jogador e não nos títulos nos diferentes escalões. Ideia que não é original, também é seguida no Seixal e em diferentes centros de formação internacionais, implicando a rotação dos melhores jogadores por diferentes equipas e grande articulação entre os diferentes treinadores. Dos iniciados à equipa A, temos seis equipas técnicas que devem estar sintonizadas e decidir sobre a situação de cada jogador.

 

Por outro lado, aos originários dos escalões mais baixos de Alcochete juntam-se (e bem) algumas promessas estrangeiras, também a formar-se, criando-se um espaço de competição interna essencial para o crescimento de todos.

Matheus Nunes e agora Marsà são os melhores exemplos da evolução de jovens promessas recrutadas já na passagem a sénior e desenvolvidas em Alcochete nas equipas de sub23 e B, o primeiro uma grande venda para a Premier League, o segundo poderá tornar-se num novo Porro. Mas Alcantar, Diogo Abreu ou Marco Cruz estão nessa linha de evolução, e vamos ouvir falar deles no futuro próximo.

Dário Essugo é talvez o melhor exemplo de evolução dum jogador de base dentro desse modelo, subindo e descendo de escalão conforme o momento, e cada vez mais capaz quando é chamado à titularidade da equipa A.

Mas nem todos têm a capacidade física e a inteligência emocional do Dário, do Nuno Mendes ou do Gonçalo Inácio, e demoram mais tempo a impor as suas qualidades. Chico Lamba, Nazinho e agora Mateus Fernandes não conseguiram demonstrar a qualidade que têm quando foram chamados à equipa A.

 

No meio disto, e além das vitórias e derrotas dos sub23 e da B, há duas situações que estranhamente não estão a funcionar:

1. A disparidade de modelos de jogo entre a A (3-4-3) e as equipas da formação (4-3-3) com implicações a nível do perfil do jogador. Um defesa central da defesa a 4 não é um defesa da defesa a 3, um defesa lateral não é um ala, um extremo não é um interior, um médio ofensivo não é um médio centro, etc. Faz algum sentido formar médios ofensivos (criativos levezinhos que só correm para a frente) quando a equipa A precisa de dois "cavalões" no meio? Algum dia o Daniel Bragança ou o Mateus Fernandes vão ter sucesso em 3-4-3? Rúben Amorim não quis mexer porque pensava que podia ele sair algum dia ou de mudar de sistema mais cedo ou mais tarde? Não sei.

2. O empréstimo de jogadores a equipas de nível superior à nossa equipa B, em particular da 1.ª Liga. Muitos jovens do passado, como Miguel Veloso, William, Cédric, Adrien, Rúben Semedo, João Mário ou Esgaio, cresceram através do empréstimo. Agora Catamo, Jovane e Gonçalo Esteves são emprestados para não jogar, os treinadores das equipas respectivas não estão comprometidos com o processo, preferem apostar em jogadores da casa.

 

Ora para mim a formação é uma sequência de etapas, Escolas - Iniciados - Juvenis - Juniores - Sub23 - B - Empréstimo - A. Uns entram na sequência na etapa inicial, outros mais tarde, uns saltam etapas outros percorrem a sequência, alguns retrocedem para avançar a seguir, muitos perdem-se no caminho, alguns vão chegar à equipa A e garantir o lugar no plantel principal. A evolução de cada um comanda o processo, a exposição a diferentes contextos competitivos, e aqui podíamos colocar também a Youth League, ajudam à evolução.

Porque é esse o principal objectivo da formação. Os títulos nos campeonatos de jovens apenas servem como comprovativo da qualidade da fornada, mas não garantem o objectivo principal.

Este empréstimo de que se fala do Fatawu deve ser visto nesse prisma. Veio no final da época passada, fez o seu percurso na B e pontualmente na A, na B já se evidenciou, na A já percebeu o que lhe falta para se impor, na A concorre um número excessivo de jogadores mais velhos com características de extremos, faz sentido que seja emprestado a um clube da 1.ª Liga onde ganhe outro andamento. Com as possíveis saídas de Edwards e Rochinha, e até Jovane, na próxima época terá outro espaço. O problema é saber qual o clube e o treinador que o podem acolher e contribuir para a sua evolução.

SL

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