Aposta na formação
Desde sempre tenho manifestado aqui a importância e necessidade do Sporting voltar a apostar sem reservas na sua formação, e é com imenso prazer que vejo finalmente entrar em campo uma equipa a meu gosto, uma mistura criteriosa entre jogadores experientes e consagrados e rapazes talentosos com enorme capacidade de se transcenderem. No fundo uma equipa como aquelas de Paulo Bento, de Boloni ou de Malcolm Allison, bem diferente das "legiões estrangeiras" de tempos mais próximos.
Foram oito sub-23 que jogaram contra o Paços de Ferreira: Max, Camacho, Quaresma, Nuno Mendes, Wendel, Matheus Nunes, Jovane e Plata, que se juntaram a pilares como Coates, Acuña e Vietto e conseguiram mais uma vitória. O melhor em campo foi mesmo um deles, Jovane. Doumbia e Pedro Mendes estavam ainda no banco.
Quase todos eles, mais Joelson Fernandes e Daniel Bragança, já tinham integrado a pré-época com Marcel Keizer, ou seja, esquecendo por momentos a gestão catastrófica dos treinadores e a incapacidade de comunicar desta direcção, existiu e existe uma estratégia pensada para fazer evoluir um grupo de elite, seleccionado, desenvolvido fisicamente (ver o trabalho realizado com Jovane e com Joelson), mentalizado e preparado para singrar na primeira equipa.
Além disso, a equipa B do Sporting vai renascer, essa equipa que lançou Beto, Fonte, Miguel Garcia, Custódio, João Mário, Esgaio e tantos outros. Vamos de novo ter um espaço de competição extremamente importante para a evolução dos melhores jovens.
Pena que, nas convulsões por que passámos, se tenham perdido jogadores como Demiral, Domingos Duarte ou Ryan Gauld, um ou outro mais, que muito bem poderiam integrar também o plantel.
Formação não são apenas os miúdos que chegam ao Sporting com uma dezena e pouco de anos. A formação são também os jovens nacionais ou estrangeiros contratados com 17-20 anos e que passam pelos juniores/sub-23 para aprender o que é jogar no Sporting.
A formação por si só não ganha títulos. Apostar na formação é também escolher treinadores que tenham a paciência, a determinação, a competência, o interesse de lidar com jovens, como agora é o caso de Rúben Amorim.
Apostar na formação é também ter a capacidade de ir ao mercado contratar novos Brunos Fernandes, Mathieus, Bas Dosts ou Slimanis, para aumentar a capacidade do plantel, integrar e fazer crescer os jovens nas vitórias e nas conquistas. E nunca por nunca ir contratar por contratar, ir buscar jogadores medianos que apenas servem para gastar dinheiro e tapar a progressão dos jovens do clube.
Oxalá assim seja feito.
SL