Amorim um ano depois
Faz hoje um ano, Rúben Amorim era anunciado como treinador do Sporting, ainda sem ter habilitação própria para o efeito. Por decisão arriscada (e na altura muito contestada) do presidente Frederico Varandas.
A 3 de Março de 2020, o futebol leonino sofria a sua enésima crise exibicional, reflectida nos medíocres resultados. Sofremos nova derrota, por 1-3, dessa vez com o Famalicão - por irónica coincidência, agora treinado por Silas. Igualámos o nosso máximo de derrotas numa temporada (15) e víamos o Braga quatro pontos à frente.
Insolitamente, foi o próprio Silas a revelar o nome do sucessor, em conferência de imprensa, nessa noite em que Varandas lhe apontou a porta de saída.
Amorim seria apresentado aos sócios dois dias depois. E logo ali fez a diferença, com um discurso claro, descontraído e sem sombra de crispação - em perfeito contraste com o tom tristonho e macambúzio do técnico anterior.
Estreou-se no banco a 8 de Março, um domingo. Último dia em que muitos de nós estivemos no estádio, acompanhando então o Sporting-Aves, que terminou com vitória leonina por 2-0 - golos de Sporar e Vietto que apenas surgiram na recta final numa partida em que jogámos contra nove desde os 20 minutos.
Valha a verdade que o ambiente era de cortar à faca, o que nada ajudou a equipa. Nesse princípio de tarde, pouco antes do jogo, houve uma manifestação promovida pela Juve Leo que juntou centenas de adeptos exigindo a demissão de Varandas. E estavam decorridos apenas 15 minutos do desafio quando começaram a escutar-se, de forma bem audível, vaias insistentes aos jogadores leoninos, cruzadas com gritos como «joguem à bola», «corram», «chutem». Vaias e gritos que funcionavam como oxigénio para a equipa adversária.
Esse triunfo num ambiente tão complicado, no estádio e fora dele, seria a famosa "estrelinha" do novo treinador já a funcionar?
Nesse dia, abandonámos Alvalade ainda cheios de dúvidas, muito longe de estarmos convencidos. E nem fomos às bifanas, como era costume: rumámos logo a casa. O coronavírus já rondava.
Acabaram os jogos ao vivo, mas Amorim vingou como treinador. O melhor que passou pelo Sporting, pelo menos desde Laszlo Boloni. Hoje não restam dúvidas: foi uma excelente opção do presidente. Que não devolveu só a esperança e a alegria aos adeptos: tem tudo encaminhado para devolver o Clube ao patamar que merece, no topo do futebol nacional.
Venho saber a vossa opinião sobre Rúben Amorim.
Que balanço fazem deste seu trajecto de um ano ao serviço do Sporting?