Amor com amor se paga!
Sou do Sporting por (boa) influência do meu pai.
No entanto não foi com ele que vi a maioria dos jogos no estádio. Sei que esteve na inauguração do velhinho Estádio José de Alvalade em 1956. Nessa altura era ele um jovem militar em princípio de carreira.
A maioria dos jogos do Sporting que vi, enquanto rapazola, fui na companhia de um tio, o mesmo que me fez sócio há quase quarenta anos. O meu pai como militar da Marinha de Guerra estava quase sempre em missão, maioritariamente por África. Daí o seu natural afastamento dos jogos ao vivo.
Mas eu continuei a ir à bola… Já adulto passei a ir com amigos e até sozinho. O que era preciso era estar lá.
Neste meu já longo palmilhar na vida há um momento do qual guardo gratíssimas recordações e que curiosamente se prende com o meu pai e o meu filho mais velho, ao mesmo tempo.
Refiro-me àquela tarde no Jamor, no já longínquo ano de 1995. A final foi com o Marítimo e, quando cheguei, o estádio já estava repleto. Nesse dia, entre mais família, foram comigo o meu pai e o meu filho mais velho, este vestido a rigor com uma camisola do Sporting.
Saímos de lá com a vitória, como é sabido e foi a última vez que fui com o meu pai à bola e a primeira com o meu filho mais velho. Um momento único…
Evoco esta lembrança porque caminhamos rapidamente para uma nova época. O meu pai ainda vivo, lá na aldeia onde reside, voltará a escutar os relatos pela rádio com emoção. Eu e o meu infante estaremos, sempre que pudermos, em Alvalade a puxar pela nossa equipa.
Fisicamente afastados mas muito próximos na paixão clubística.
Porque este amor (ao Sporting) com amor (ao pai e filho) se paga!