Alcochete blues
Enquanto o Sporting Clube de Portugal se tenta recompor das consequências do assalto terrorista a Alcochete, resolvendo todo um conjunto de questões dali decorrentes e encerrando o processo de expulsão do ex-presidente na AG do próximo sábado, decorre no Campus da Justiça o debate instrutório do processo judicial respectivo.
Pelo que se vai sabendo, parece que não nos podemos queixar da forma como as nossas AGs funcionam, os horários não são respeitados, alguns intervenientes enganaram-se na morada e tardaram em chegar, a procuradora já foi mais vergastada do que o Rogério Alves, o juiz já foi repetidamente contestado e objecto de processos disciplinares. Só faltaram mesmo os Letais ao Sporting na sala de audiências, nem sei porque não estiveram presentes a berrar, insultar e aplaudir. Letal mesmo para o próprio Bruno de Carvalho parece ser o seu novo advogado. Gasolina na caldeira.
E no Campus da Justiça o nosso ex-presidente vai deixando frases para a história, bem mais interessantes do que aquela frase pindérica na base da estátua do leão que teima em não ser apagada:
1. Tenho o direito de ser livre e não sou por sua causa.
Um pensamento deveras profundo. Se calhar mesmo Socrático. Ser ou não ser, e ter um (...) ou uma (...) que não deixa ser, eis a questão.
2. O funcionário Jorge Jesus não cumpria a sua postura de zelo.
Também muito profundo. No fundo um treinador pode ser o lider da estrutura, ser o melhor do mundo, ganhar o que o clube não pode pagar, ser uma loucura do presidente, ir ao casamento, fazer parte da comissão de honra, mas não deixa de ser um funcionário. Pelo menos quando desafina com o presidente.
3. Ninguém me comunicou absolutamente nada sobre o que se tinha passado no aeroporto.
Nada. Zero. Era dia de episódio novo da Guerra dos Tronos. E havia as modalidades. E o tabaco tinha acabado. Tudo tem o seu tempo. Do not disturb.
4. Nunca houve proximidade entre mim e a Juve Leo.
Obviamente que não. Nem reuniões na casinha, nem conta corrente de (1 ou 2 ?) milhões de euros em dívida, nem telefonemas altas horas da noite, nem corridinhas no estádio para o sector da claque antes do bombardeio das tochas. Nada. Zero. Nem houve nenhum elemento da Juve Leo que logo no dia dissesse às TVs que o responsável por tudo aquilo se chamava Bruno de Carvalho.
5. Os posts foram por querer melhorar a performance da equipa de futebol e de todas as modalidades: Só houve um capitão que não percebeu isso: Rui Patrício.
O homem tem uma estátua lá na terra dele, pode ser campeão da europa, mas é mesmo burro. Não percebe que gerir uma equipa de 75M€/ano e uma equipa de 2M€/Ano é a mesma coisa. Chicote e cenoura. Liderança 2.0.
E é assim...
SL