Alberto Matos
Tarde soube da morte de Alberto Matos. Hoje teria sido um atleta de craveira mundial, mas naqueles tempo ante-diluvianos, abeirava-se do fim a era amadora do atletismo, a sua formidável estampa física, o seu determinado espírito competitivo e uma imperturbável capacidade para enfrentar os desafios com descontração e prazer (como se sabe a excelência é inacessível aos tensos e ansiosos) bastaram para que fosse o incontestado soberano dos 110 barreiras sem prescindir de ser boémio e dandy. Um exemplo de atleta, portanto.
Entre Alberto Matos e até que chegasse outro de igual nível como João Lima os 110m barreiras ficaram entregues a um junior já com a cabeça noutras andanças e não muito decidido a tentar realizar as promessas que viram nele.
A modalidade evoluiu, talvez não tão proveitosamente como outras do atletismo português, mas nada tirará a Alberto Matos a proeza de por nove vezes consecutivas ter batido o record nacional.