Ainda o Dia de Finados
Pois, então, confesso que o fatídico embate com os alemães teve também o condão de revelar que o meu optimismo numa temporada, pelo menos remediada, não é afinal inabalável: a coisa finou-se na terça-feira à noite.
Na última possibilidade que alguns e muito ruidosos tiveram para assobiar o hino da LC (diga-se até que se calhar estão contentes, já que este ano não o assobiam mais e pelo andar da carruagem para o ano também ficarão sem pio); mas dizia, na despedida da liga milionária a equipa deixou em campo a sua própria caricatura: incapacidade de ganhar, de reagir perante a adversidade, de ampliar a vantagem, de sequer a segurar; mostrou-se capturada pela desorganização, ditada por más opções tácticas, como a saída de Edwards, para a entrada da regular nulidade Trincão, mais a gritante falta de opções goleadoras.
Tudo somado, o jogo com os alemães ofereceu-nos novo choque com a dolorosa realidade de que esta será mais uma época inglória. "Rais'parta" para isto que parece sina.
Li com gosto (como sempre) o texto de Pedro Boucherie Mendes, e desta vez reajo. Pela simples razão de que penso que apesar do acima escrito, ao contrário do que escreve o meu homónimo não concordo que estejamos obrigados a ver um qualquer árabe carregado de petrodólares como dono do nosso emblema para que o mesmo tenha força na Europa. O Benfica e o Porto dão-me razão.
O Sporting, parece-me, está obrigado a apostar no recrutamento de pérolas, tem de melhorar sempre o "scouting" para as equipas das camadas jovens, a Academia tem de dar as melhores condições aos potenciais talentos, é para o Sporting que eles têm de querer ir.
Quanto ao presente, fine-se a teimosia do grande Amorim e contrate-se um goleador, um matador, um jogador que não precise de muito para marcar.
Enfim, dêem-nos razões para este pessimismo finar, antes que nele finemos.