Ah e tal o Varandas vendeu o Matheus na véspera do clássico
E por tê-lo feito, merece o beneficio da dúvida.
Varandas e a direção tiveram de chupar o limão amargo da venda em véspera do clássico porque:
- Houve um ultimato qualquer dos Wolves, de Jorge Mendes, do próprio Matheus, etc. Ou o negócio se fazia ali, a tempo do Tottenham, ou nada feito...
- Varandas terá engolido em seco, mas terá – tenho a certeza – garantido futura transferência de Xis ou de Y ou do próprio Matheus. Ou então – e isto é importante – garantiu tesouraria. Muita tesouraria. Quem tenha gerido uma mercearia sabe como a tesouraria é fundamental, num clube de futebol ainda é mais. Aliás é sobretudo por tesouraria que há esta obsessão com a Champions: pagam a horas.
- Farejem se os clubes portugueses têm os jogadores todos pagos e/ou os salários em dia e percebemos melhor a importância da tesouraria.
- Lembremos que pedir dinheiro aos bancos para pagar salários tem um custo.
- Antecipar receita (vulgo factoring) idem.
- Note-se que Varandas garantiu 10% de uma futura transferência e ainda assegurou que os Wolves pagassem metade aos clubes onde o luso-brasileiro foi formado (Ericeirense e Estoril)
- A vida em geral e a vida empresarial em particular são feitas de trade offs. Um dos motivos por que Portugal não sai da cepa torta – digo eu, claro – é porque vê num negócio uma operação em que um tem de ganhar 100% e o outro zero.
- O negócio Matheus teve este trade off tramado de ficarmos sem um jogador forte na véspera de um clássico? Teve. E por isso teve outros trade offs a nosso favor.
- De lembrar o que foi pouco lembrado: há uns anos, Varandas disse que a transferência de Matheus haveria um dia de pagar a de Rúben Amorim. Pagou essa e pagou a de Paulinho. E ainda sobrou.