Acuña: abaixo de 20 milhões é má venda
Texto de Pedro Sousa
Gosto do Acuña, como gosto de ver bons jogadores com o leão rampante ao peito. Mas perder o argentino para o mercado é algo natural e até necessário, seja pelo encaixe financeiro, seja pela última oportunidade de conseguir um bom valor por um jogador de quase 29 anos, ou para fazer face aos desejos e expectativas do atleta que tão bem nos representou em três anos.
O Sporting tem um histórico de mau timing para fazer o melhor negócio. Rui Patrício e William Carvalho foram os últimos exemplos: acabaram por forçar a saída num momento que que os capitães teriam que se assumir como tal. Provavelmente o ataque a Alcochete, com a braçadeira de capitão em Coates, resultaria em zero rescisões.
Aceito a saída do Acuña, mas tenho dificuldade em compreender porque é afastado do grupo. Ou só faltam pormenores na negociação,ou é mais um tiro no pé, pois estamos a informar os potenciais compradores que queremos mesmo vender, desvalorizando assim o activo.
Enquanto não está nada fechado, deveria continuar integrado no plantel.
Se um Pote vale 13 milhões, quanto valerá um internacional argentino?
Abaixo de 20 milhões é má venda.
A saída de Acunã é a prova de que Nuno Mendes está preparado, vai ser o dono indiscutivel do lugar.
O valor do Nuno é tanto que cedo irá ser resgatado pelos tubarões. Antunes não deveria ter assinado pelo Sporting: daqui a um ano, outro jogador terá de assumir o lugar.
Assim, para o ano, lá anda o clube a procurar mais um titular para o lado esquerdo do campo, sem nunca antecipar o futuro.
Os clubes portugueses precisam de vender, não é um exclusivo do Sporting. Perder um bom atleta não significa necessariamente ficar mais fraco. Quando vendemos o capitão Adrien fomos buscar o fabuloso Bruno Fernandes.
A regra é aproveitar para vender no momento certo pelo valor mais alto possível e ser rigoroso na escolha do novo jogador. De preferência, negociado por valores realistas e sem mendilhões. Porque tudo se paga e são sempre os mesmos a ganhar.
A vender, os clubes estão mais pobres que nunca.
Texto do leitor Pedro Sousa, publicado originalmente aqui.