A vitória que eu mereci!
Hoje foi um dia especial já que o mais velho leão da família fez a bonita idade de 91 anos. Por isso e por muitas outras coisas levantei-me às seis da manhã para ir ao pão lá na bela aldeia beirã para onde havia partido na passada quarta-feira perdendo com isso o jogo com o Atalanta.
Tomei o pequeno-almoço, para logo a seguir carregar a carrinha para regressar ainda hoje à capital.
Seriam aproximadamente 10 da manhã quando entrei na A23 no sentido Norte-Sul.
A primeira paragem foi mais ou menos a meio caminho numa outra aldeia encravada no sopé da Serra dos Candeeiros. Aqui encontrei os meus idosos antecessores e pude com alegria felicitar o meu pai por mais um ano de vida. Então este que em termos de saúde não tem sido perfeito.
Descarreguei toda a tralha da carrinha para correr ao barracão carregá-la de sacos de azeitona apanhada pelo meu pai durante a última semana. De seguida eis-me a caminho do lagar para aí deixar os viúvos bagos. Porém havia fila e aguardei perto de uma hora até ser atendido. Azeitona no pio, limpa e pesada parto para o restaurante para almoçar. Quando cheguei já os meus pais tinham chegado.
O repasto correu bem, já que se comeu maravilhosamente bem! Como é apanágio daquele local.
Conta paga e com o calor tórrido a abrasar os corpos, tive de voltar ao lagar para deixar o vasilhame para o azeite que sairá dos 484 quilos de azeitona que lá ficaram para moer. Chego a casa dos meus velhotes, volto a carregar a carrinha com a mercadoria que trouxe da Beira Baixa, comi à pressa uma fatia de bolo e rapidamente regresso à auto-estrada, desta vez à A1 no sentido de Lisboa.
Muito trânsito àquela hora, o que me obrigou a andar sempre devagar.
Chego a casa... finalmente, descarrego a carrinha e quando estou a fechá-la vejo o meu filho vestido e pronto para ir “à bola”. Apressei-me ainda mais. Visto uma camisola verde, muno-me do amigo e inseparável cachecol e parto para Alvalade onde finalmente penso ver um bom jogo e quiçá repousar deste furacão em forma de dia!
Pois, mas um qualquer salsicheiro, talvez a pedido ou apenas incompetente, armou-se em poeta e ia-me estragando o resto das horas. Para tudo acabar bem.
Esta noite, naquele estádio, se havia alguém que merecia ver uma vitória do Sporting, esse alguém seria certamente eu!
E o meu pai que nem imagino o que terá sofrido a escutar o relato!