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És a nossa Fé!

A ver o Mundial (15)

La Roja, ainda campeã mundial em título, já regressou ao país natal. Agora vão partir outras duas selecções de primeiro plano, também elas já com títulos mundiais nas suas galerias de troféus. Inglaterra (que empatou a zero com a Costa Rica) e a Itália (que perdeu 0-1 com o Uruguai) dizem adeus ao Brasil.

Mais dois afastamentos prematuros de equipas europeias, confirmando-se assim a tradição dos torneios disputados no continente americano: nunca nenhum deles foi conquistado por uma selecção oriunda do Velho Continente.

Vale a pena sublinhar estes factos para relativizar o já quase-afastamento de Portugal. Como é costume nestas ocasiões, temos o péssimo costume de mirar apenas para o nosso umbigo, pensando que só nós sofremos desaires, e encaramos cada fracasso não como uma oportunidade para melhorar de seguida mas como uma irrecuperável hecatombe nacional, quase um novo Alcácer-Quibir.

 

As coisas são o que são. A nossa selecção tem insuficiências óbvias, tem defeitos notórios, conta com jogadores que nem deviam ter viajado para o Brasil (como aqui se escreveu no momento oportuno) mas apesar de tudo mantém hipóteses matemáticas de transitar para os oitavos-de-final. Algo que não sucedeu sequer com ingleses e espanhóis, que no final da segunda jornada já tinham as malas preparadas para a viagem de regresso.

Por tudo isto, entendo mal que responsáveis federativos e jogadores (começando pelo próprio Cristiano Ronaldo, capitão de equipa) tenham falado ontem e hoje aos jornalistas como se já estivéssemos fora do Mundial e não houvesse ainda uma jornada a cumprir, na próxima quinta-feira. Uma jornada que, provavelmente, ditará o nosso afastamento. Mas que também nos pode ser favorável. Basta ganharmos ao Gana por 3-0 e à mesma hora a Alemanha bater os EUA por 2-0. Convenhamos: para tanto, não será necessário nenhum milagre. Basta concentração, talento, maturidade e alguma sorte.

 

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Antes e durante o Mundial, a Inglaterra foi elogiadíssima pela crítica portuguesa da especialidade, não faltando especialistas do esférico que já a anteviam como possível vencedora do Campeonato do Mundo. Afinal regressa a casa com duas derrotas, um empate a zero e apenas um golo marcado: hoje não conseguiu sequer um disparo mortífero às redes da Costa Rica, que está a ser uma das grandes sensações deste certame. Apesar de nenhum dos tais especialistas lhe ter vaticinado um percurso de sucesso.

Foi pena só por um motivo: o grande Steven Gerrard - um dos melhores médios mundiais dos últimos 15 anos - despediu-se com este jogo da selecção inglesa, que representou em 114 desafios.

Merecia uma despedida muito melhor.

 

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Tenho pena que os italianos abandonem o Brasil. Apreciei muito a evolução registada nas últimas duas décadas no futebol italiano e aplaudi a squadra azzurra que conquistou o Mundial de 2006. Com Cannavaro, Totti, Grosso, Camoranesi, Inzaghi, De Rossi, Barzagli, Pirlo e Buffon - os últimos quatro ainda em actividade.

A verdade é que o domínio técnico e a solidez táctica italiana não chegaram para vergar o Uruguai no desafio disputado esta tarde, no Natal. Responsabilidade primeira do seleccionador Cesare Prandelli, que procurou reeditar o sistema do ferrolho defensivo, há muito ultrapassado, e limitando ao mínimo as incursões ofensivas. Isto porque o empate bastava à Itália.

Cumpriu-se um dos axiomas do futebol: quem joga para o empate arrisca-se a perder. Bastou aos uruguaios um lance de bola parada para Godín marcar o golo solitário que lhes deu o passaporte à fase seguinte. Iam decorridos 81 minutos, tornava-se muito difícil dar a volta ao jogo. Até porque os italianos já estavam reduzidos a dez homens, desde os 59', por expulsão de Marchisio - exageradíssima decisão do árbitro, que mais tarde não viu uma cabeçada e uma mordidela de Luis Suárez. O avançado do Liverpool continua a ser um exímio goleador mas persiste em destacar-se pelo seu comportamento antidesportivo.

Desta vez, pelo menos, não precisou de meter a mão na bola, como no lance que colocou o Uruguai nas meias-finais do Mundial de 2010.

Precisamente contra o Gana que vamos defrontar aqui a dois dias. A vida é assim: feita de eternos retornos.

 

Itália, 0 - Uruguai, 1

Costa Rica, 0 - Inglaterra, 0

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