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És a nossa Fé!

A ver o Europeu (3)

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Tanto domínio territorial e tanto remate para tão escassa e deficiente concretização. Nesta frase pode resumir-se o desafio que terminou há pouco no Parque dos Príncipes, em Paris, com Portugal a empatar pela segunda vez. Em dois jogos, apenas um golo marcado - na partida inaugural, frente à Islândia. Esta noite, contra a Áustria, saímos do estádio com um nulo que castiga novamente o desperdício dos nossos jogadores. Sobretudo de Cristiano Ronaldo, a maior decepção da selecção das quinas precisamente no dia em que destronou Luís Figo do posto de jogador português mais internacional de sempre ao vestir pela 128.ª vez a camisola das quinas.

Ronaldo teve cinco oportunidades de marcar, mas não conseguiu concretizar nenhuma. Incluindo um penálti, ao ser derrubado claramente em zona proibida. Por excesso de pressão ou défice de confiança, o astro madeirense rematou ao poste, gorando-se assim a melhor oportunidade portuguesa de todo o jogo. Já antes, aos 29', Nani cabeceara à madeira.

De nada valeu, portanto, Portugal ter sido seis vezes mais rematador do que a equipa adversária, que aliás denotou sempre muitas fragilidade na manobra ofensiva. Mas não falemos em falta de sorte: Ronaldo também esteve mal na marcação dos livres. Foram seis: nenhum levou perigo à baliza austríaca.

É verdade que o meio-campo português esteve mais dinâmico do que no desafio anterior. Para isso muito contribuiu a troca do apático Danilo por William Carvalho, que esticou sempre o jogo com os seus passes longos, permitindo à selecção nacional ganhar vários metros de terreno. O problema principal residiu na zona mais adiantada, onde o 4-3-3 hoje posto em prática por Fernando Santos simplesmente não funcionou. Também por Quaresma - titular desta vez - ter estado vários furos abaixo do que se esperava.

Percebe-se mal a reiterada aposta do seleccionador num João Moutinho sem dinâmica no miolo do terreno. Percebe-se ainda pior a justificação para as substituições tão tardias. Para quê insistir em Éder, um avançado que nunca marcou um golo num jogo oficial pela selecção? Para quê fazer entrar Rafa aos 89', quando o desfecho da partida já estava anunciado?

Questões em que Fernando Santos certamente vai ponderar até quarta-feira, dia em que enfrentaremos a Hungria. Um jogo decisivo, ninguém duvida.

 

Portugal, 0 - Áustria, 0

.................................................

 

Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Teve pouco trabalho, mas não deixou de estar atento. Revelou reflexos rápidos quando Pepe lhe atrasou mal uma bola, logo aos 3'. Boa defesa nos momentos iniciais da segunda parte.

 

Vieirinha - Voluntarista e dinâmico, mas continuando a revelar problemas nos cruzamentos em apoio do nosso ataque: foram raros os que lhe saíram bem. Salvou um possível golo aos 41', quase na linha da baliza.

 

Pepe - Muito assobiado nas bancadas, entrou nervoso e desconcentrado. Viu um cartão amarelo aos 40'. Melhorou no segundo tempo, quando foi um dos mais inconformados. Grande recuperação de bola, galgando terreno aos 59'.

 

Ricardo Carvalho - Impecável no sector mais recuado da selecção, onde foi um pilar da nossa organização defensiva. Sem necessidade de recorrer a faltas. Cortes soberbos aos 12' e 82'.

 

Raphael Guerreiro - Voltou a destacar-se pela dinâmica e pela qualidade de passe, superior a Vieirinha no flanco oposto. Protagonizou um dos melhores lances do jogo aos 22', numa excelente tabelinha com Nani.

 

William Carvalho - O seleccionador apostou nele em vez de Danilo. Aposta ganha: William deu mais mobilidade à equipa, colocando bem a bola em passes longos. Muito do jogo central passou por ele. Terá sido o melhor em campo.

 

João Moutinho - Melhorou em comparação com o jogo anterior mas continua aquém do nível a que nos habituou noutras épocas. Falta-lhe intensidade no transporte de bola e maior capacidade de abrir linhas.

 

André Gomes - Pautou-se pela regularidade, embora sem grandes rasgos. Mas é um daqueles jogadores que a todo o momento podem protagonizar um bom lance. Aconteceu aos 29', quando serviu Nani, que rematou ao poste.

 

Nani - Foi o melhor jogador em campo na primeira parte. Com um cabeceamento ao poste e um excelente cruzamento para Ronaldo (35'). Podia ter marcado logo aos 12'. Apagou-se na segunda parte. Substituído por Rafa só aos 89'.

 

Quaresma - Entrou no onze titular - outra novidade nesta partida. Mas não correspondeu às expectativas. Desperdiçou vários cantos e os centros não lhe saíram bem. Cartão amarelo por protestos, aos 31'. Deu lugar a João Mário aos 71'.

 

Cristiano Ronaldo - Vinte remates à baliza. Em vão. Podia ter marcado aos 22', 38', 55' e 56': a bola ou saiu ao lado ou foi defendida. Chamado a converter um penálti aos 79', atirou ao poste. O cansaço de final da época explicará tudo?

 

João Mário - Rendeu Quaresma aos 71' e voltou a dar a sensação de não ter pegado bem no jogo. Rende muito mais do que demonstrou contra a Islândia e nestes 20 minutos contra a Áustria, como bem sabemos.

 

Éder - Entrou aos 83', substituindo André Gomes. Uma substituição inútil. O jogador do Valência, mesmo cansado, rendia mais em campo do que este ponta-de-lança que se tem especializado em não marcar golos.

 

Rafa - Fernando Santos fê-lo entrar aos 89', rendendo Nani. E a verdade é que mexeu com o jogo, protagonizando um dos lances individuais mais vistosos da segunda parte. Que mais poderia ter feito em escassos quatro minutos?

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