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És a nossa Fé!

A ver o Europeu (19)

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MISSÃO CUMPRIDA: VENHA A PRÓXIMA

Missão cumprida. Conquistámos ontem o quarto ponto no nosso Grupo F - mais um do que na mesma fase do Europeu de 2016. Desta vez empatando com a França em Budapeste, num início de noite muito quente e num estádio Puskás a transbordar de espectadores. Transitamos assim para os oitavos-de-final, a disputar domingo contra a Bélgica. Superando um grupo mais difícil do que aquele em que estivemos inseridos há cinco anos.

Neste desafio contra a selecção campeã do mundo e vice-campeã da Europa, em que fomos a melhor equipa no primeiro tempo, o golo inicial foi nosso. Marcado pelo suspeito do costume: Cristiano Ronaldo, que há dias se estreou como goleador contra a Alemanha e agora repetiu a proeza frente à França. Penálti muito bem convertido, aos 30', castigando derrube de Danilo pelo guarda-redes Lloris, incapaz de travar o pontapé certeiro de CR7.

 

Fernando Santos fez duas mudanças no onze titular: deixou de fora William e Bruno Fernandes, fazendo entrar João Moutinho e Renato Sanches. A equipa ganhou dinâmica e consistência com estas trocas. Ao contrário do que sucedera contra a Alemanha, equilibrámos o meio-campo e fechámos os corredores. Melhorou o jogo colectivo e diminuíram muito os erros individuais: desta vez não houve autogolos (como os de Rúben Dias e Raphael Guerreiro) nem elementos passivos na organização defensiva (como aconteceu com Rafa, transformado em medíocre espectador do quarto golo alemão).

Era dia de efeméride: fez ontem 37 anos que as duas selecções se haviam defrontado na meia-final do Europeu de 1984, ingloriamente perdida (2-3) pela equipa das quinas já no prolongamento, com dois golos do saudoso Rui Jordão. Mas não estava escrito nas estrelas que a história iria repetir-se. Desta vez registou-se um empate a duas bolas. Com Cristiano e Benzema, antigos companheiros do Real Madrid, a bisarem - cada qual para seu lado. Três dos golos resultaram de penáltis. CR7 no momento já mencionado e aos 60'. O francês, mesmo ao terminar a primeira parte (45'+2) e logo no recomeço (47'), desta vez em lance de bola corrida.

 

Melhores em campo?

Do nosso lado, uma vez mais, Cristiano Ronaldo: já fez cinco golos em três jogos, lidera a lista de artilheiros do Europeu e acaba de igualar o iraniano Ali Daei como rei dos goleadores da história do futebol ao nível das selecções (109, no total). Também superou o alemão Klose como goleador n.º 1 em fase finais de Mundiais e Europeus (soma agora 20).

Mas também Rui Patrício, gigante na baliza lusitana: protagonizou aquela que é até agora a melhor defesa deste Euro-2021, aos 68', desviando um tiro de Pogba e travando logo de seguida um pontapé de recarga. Confirma-se, onze anos depois: continua imprescindível como titular nesta posição.

Destaque igualmente para Renato Sanches, o melhor dos nossos médios ofensivos, justificando a condição de titular. E para o nosso João Palhinha, que jogou toda a segunda parte como médio defensivo com o mesmo grau de eficácia que bem lhe conhecemos do Sporting.

 

O seleccionador promoveu as mudanças adequadas. Viria a trocar Bernardo Silva por Bruno Fernandes, Moutinho por Rúben Neves, Nelson Semedo por Diogo Dalot (em estreia absoluta pela selecção nacional) e Renato Sanches por Sérgio Oliveira. Sempre com o objectivo - em grande parte conseguido - de nunca perder o controlo do meio-campo. Isto explica o facto de raras vezes os astros da selecção gaulesa (Mbappé, Dogba, Griezmann) terem conseguido criar desequílibrios. 

Balanço provisório: já cumprimos os mínimos. Oito presenças consecutivas em campeonatos da Europa, oito qualificações para os jogos a eliminar. Com um aliciante suplementar: desde 1996 que não marcávamos dois golos à selecção francesa.

Conclusões? Palhinha merece ser titular, Renato também. Dalot (52.ª estreia na selecção A promovida por Fernando Santos) justificou a convocatória de emergência, por João Cancelo ter testado positivo à Covid-19. Sérgio Oliveira merece igualmente nova oportunidade. E vai sendo tempo de apostar enfim em Pedro Gonçalves: o melhor marcador do campeonato português não pode continuar de fora.

 

França, 2 - Portugal, 2

.................................................

 

Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Brilhou entre os postes ao defender um remate que levava selo de golo, disparado aos 68' por Pogba. Já tinha confirmado estar na sua melhor forma aos 16', quando impediu Mbappé, isolado, de rematar com êxito. Um baluarte do onze nacional.

 

Nelson Semedo - Fez a sua melhor partida do Euro-2021 neste confronto com os campeões do mundo. Sem as falhas posicionais que havia revelado no jogo contra a Alemanha. Tinha missão difícil: cumpria-lhe policiar o irrequieto Mbappé. Foi bem-sucedido. Saiu lesionado aos 79'.

 

Pepe - Outra missão de enorme desgaste. Mas o internacional de 38 anos, campeão europeu, não virou a cara à luta neste dia em que cumpriu a 118.ª internacionalização. Mostrou-se atento às movimentações de Benzema. Bom nos passes longos. Terminou o jogo exausto.

 

Rúben Dias - Discreto. Não complicou nem procurou inventar. Mas aos 47' cometeu um deslize que nos saiu caro: deixou Benzema ganhar posição e rematar com sucesso, fazendo o segundo golo dos franceses. Tarda em mostrar o que vale neste Campeonato da Europa.

 

Raphael Guerreiro - Tinha ordem para subir pouco pela sua ala e seguiu à risca a orientação do seleccionador. Aventurou-se só pelo seguro, evitando abrir clareiras no flanco esquerdo. Melhor momento, aos 49': um passe teleguiado para Cristiano Ronaldo, que o capitão desperdiçou.

 

Danilo - Boa primeira parte, desta vez actuando sozinho à frente da nossa linha defensiva. Cumpriu a tarefa com zelo e determinação. E até ousou incursões às linhas avançadas. Num desses lances levou uma cotovelada de Lloris que gerou penálti e o forçou a abandonar o jogo.

 

João Moutinho - Novidade no onze titular português sete jogos depois, substituindo William. Deu segurança ao meio-campo, assegurando ligação à linha ofensiva. Tentou sem êxito, por duas vezes, o remate de meia-distância. Falta-lhe condição física para durar 90': saiu ao minuto 73.

 

Renato Sanches - Desta vez foi titular, chamado a render Bruno Fernandes. Aposta certeira de Fernando Santos: o médio ofensivo do Lille merece alinhar de início. Dinâmico, combativo, recuperou bolas, acelerou o jogo, deu luta constante a Kanté, seu adversário directo. Saiu aos 87'. 

 

Bernardo Silva - Melhorou um pouco relativamente à partida anterior, mas continua sem justificar a presença no onze titular. Isolado em posição frontal, falhou o ataque à baliza aos 41'. Bateu muito mal um livre aos 63', atirando-a para fora. Saiu aos 72'. Merece ficar no banco. 

 

Diogo Jota - Demasiado discreto, parecendo fatigado, o avançado do Liverpool perdeu uma oportunidade de se mostar em grande nível com a camisola da selecção. Conduziu bem um ataque aos 42'. Constantes trocas posicionais com Cristiano. Foi-se apagando sem tentar o golo.

 

Cristiano Ronaldo - Novamente o homem do jogo. Sem vacilar na marca dos 11 metros, marcou duas vezes de grande penalidade - uma das quais ocorrida quando protagonizava um lance de ataque junto à linha de fundo. Com a energia habitual, destacou-se até em missões defensivas. 

 

Palhinha - Tardou, mas apareceu. E merece ficar no onze titular. Fernando Santos chamou-o ao intervalo para render Danilo, lesionado. O campeão nacional cumpriu com distinção. Na recuperação, no desarme, no passe de ruptura. Dois carrinhos consecutivos aos 71'. Excelente.

 

Bruno Fernandes - Só entrou aos 72', rendendo Bernardo Silva. Continua muito longe do fulgor a que nos habituou no Sporting e no Manchester United. Perdeu bolas aos 89' e aos 90'. Fez um corte temerário aos 90'+2 que deu a sensação de poder gerar penálti. Tem decepcionado.

 

Rúben Neves - Em campo desde o minuto 73, com a missão de substituir João Moutinho, cumpriu no essencial. Pausando o jogo, segurando a bola, ligando sectores, transmitindo tranquilidade numa altura em que a equipa precisava dela. 

 

Diogo Dalot - Estreia absoluta na selecção A do ex-defesa portista, recém-sagrado vice-campeão europeu sub-21. Entrou aos 79' para o lugar de Nelson Semedo, preenchendo a lateral direita, e cumpriu no essencial.

 

Sérgio Oliveira - Último a entrar em campo, estavam decorridos 87'. Rendeu Renato Sanches, já muito desgastado, e teve como missão essencial contribuir para fechar o nosso corredor central. Assim aconteceu.

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