A um e a outro
Alguns comentadores desportivos dizem que foi Rúben Amorim o grande responsável pela construção deste Sporting confiante e ganhador.
Os ressabiados (e alguns são comentadores desportivos também) dizem ou dão a entender que este Sporting existe apesar de Frederico Varandas e não graças a ele.
O que dizem de Rúben Amorim não deixa de ser verdade. Foi ele que definiu um plantel, um modelo de jogo e um estilo de liderança que ganhou títulos e troféus sem deixar de suportar o crescimento financeiro do clube. Foi claramente o melhor treinador do Sporting nos últimos 50 anos (pelo menos). O Sporting "voava" alto esta época na Liga e na Champions no momento em que ele saiu para assumir o lugar de treinador do Manchester United.
O que não quer dizer que não tenha cometido erros, como trocar um ponta-de-lança alto e forte por um "ataque móvel" como aconteceu na 3.ª época.
Mas a verdade também é que com Frederico Varandas e Marcel Keizer o Sporting já tinha alguns troféus, e com Frederico Varandas e Rui Borges continuou a ganhar. E nas modalidades encontramos outros “Rubens Amorins”, como Ricardo Costa e João Coelho, também apostas deste presidente.
Por outro lado, no Manchester United Rúben Amorim não tem conseguido dar a volta à situação que o clube atravessa. Acabou de perder a final da Liga Europa e vai estar fora das competições europeias na próxima época. Muitos adeptos desse clube já consideram que ele está a fazer mais parte do problema do que da solução.
Sendo assim, parece-me que o grande responsável pela construção deste Sporting confiante e ganhador foi mesmo Frederico Varandas. Foi ele que arriscou a contratação de Rúben Amorim, sem curriculum nem diploma, e lhe deu - com o apoio do seu braço-direito Hugo Viana - todas as condições para crescer e vencer.
Foi ele também que deixou o orgulho de lado e contratou no momento certo Rui Borges para ultrapassar a situação João Pereira.
Foi ele também que montou a estrutura de scouting que fisgou e não largou Diomande, Gyökeres, Hjulmand, Debast e Rui Silva, entre outros.
Foi ele também que reconstruiu a academia de Alcochete que produziu Geovany Quenda e João Simões, entre outros, e que logo quando entrou fidelizou um grupo de elite onde estavam Nuno Mendes e Gonçalo Inácio.
Não sei se neste momento Rúben Amorim precisa mais dum Frederico Varandas no Manchester United do que Frederico Varandas dum Rúben Amorim no Sporting.
Vamos ver o que o futuro reserva a um e a outro.
SL