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És a nossa Fé!

A triste arbitragem que temos

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Para um pequeno país periférico como Portugal, temos no futebol profissional um dos principais expoentes da nossa capacidade e talvez o maior motivo de orgulho dos portugueses espalhados pelo mundo. Temos alguns dos melhores futebolistas da actualidade, alguns dos melhores treinadores, mesmo alguns dirigentes muito bem conceituados internacionalmente, temos até (dizem) o melhor empresário do mundo. 

Então para alguém que não conheça o burgo é dificil perceber porque é que não existe um árbitro português reconhecido internacionalmente e, para quem conheça, porque é que a arbitragem portuguesa é tão medíocre.

 

Antes do mais, em que consiste uma boa arbitragem? Assim de repente diria o seguinte:

1. Na interpretação correcta, uniforme e com base no bom senso das leis do jogo, procurando sempre valorizar o espectáculo desportivo.

2. Num estilo sóbrio mas assertivo de apitar que garanta o respeito dos jogadores e corte pela raiz eventuais excessos.

3. Na imparcialidade durante o jogo e durante a época, apitando de igual forma lances idênticos com diferentes jogadores e clubes envolvidos.

4. Na capacidade de deixar jogar no limite permitido pelas leis do jogo, sabendo identificar claramente as situações que ultrapassaram esses limites e tomar as decisões daí decorrentes.

 

Vemos aqueles que alguns dizem ser os melhores árbitros do momento, um Soares Dias, um Fábio Veríssimo, um Tiago Martins, um Luís Godinho, e nada disto são capazes de fazer. São uns artistas que apitam como querem e lhes apetece, que querem controlar o jogo à maneira deles, comprometidos com uns e outros, e com as costas quentes por um CA controlado pela APAF, ou seja, por eles mesmo.

A introdução do VAR foi uma conquista importante para impedir que algumas decisões claramente erradas fossem em frente, mas não serve para fazer de maus árbitros bons árbitros e, mal utilizado, pode servir para que maus árbitros se tornem ainda piores (vide Sporting-Porto e Famalicão-Sporting).

 

Como é que chegámos a este ponto?

Em primeiro lugar, se estamos mal agora ainda estivemos pior no passado, quando o Porto controlava a arbitragem e se roubava à descarada. O livro Golpe de Estádio conta como Reinaldo Teles e Pinto da Costa montaram o "sistema" que durou muitos anos, com prendas, quinhentinhos, prostitutas, árbitro novinho era árbitro seduzido e corrompido. Quem queria subir e chegar longe tinha que alinhar. Quem desalinhava tinhar azar na vida, como aconteceu com Francisco Silva.

Depois o Benfica foi atrás e vieram os padres e as missas, as ordenações de novos padres, no fundo a mesma sedução e corrupção mas feita doutra forma. E estamos na situação em que estamos: maus árbitros, árbitros apadrinhados, árbitros que estão no bolso duns ou doutros. E os novos têm outra vez que alinhar, uma das melhores arbitragens desta época do Sporting foi dum jovem árbitro em Alvalade, teria de procurar o nome que já não me recordo, e na altura quando fui ver a avaliação do "comentador de arbitragem", tinha sido negativa. A mensagem foi clara: assim não te safas, amigo.

 

Agora até os maus árbitros de há alguns anos se tornaram comentadores de arbitragem, para branquear a situação e iludir o pagode. O caso mais mediático é o de Duarte Gomes, o tal "comentador de arbitragem" de que eu falava e que o Pedro Oliveira costuma aqui trazer, que prima pelo malabarismo corporativista e pelo ressabiamento no que diz respeito ao Sporting.

Como mudar isto? Como impedir que um Fábio Veríssimo qualquer mostre o primeiro amarelo dum jogo ao Palhinha aos 70 minutos dum jogo num lance que nem falta era, para depois Soares Dias não mostrar o segundo ao Gilberto numa patada por trás ao Nuno Mendes que o deixa na enfermaria, e a seguir o mesmo Fábio deixar fazer tudo e um par de botas no Belenenses-Porto?

Outra coisa, no que respeita à uniformidade de critérios. Como é que se explica que o lance de Nanu não seja falta e o de Adán no mesmo Jamor seja falta e penálti? Nos dois casos não houve um choque entre dois jogadores a correr em direcções opostas para disputar a bola? O avançado é protegido no choque e o guarda-redes não? Desde quando? E se fosse o guarda-redes a ir para o hospital e o avançado do Porto continuasse em jogo?

Enfim, logo à noite temos um árbitro que no meio desta seita me merece respeito porque já o vi fazer boas arbitragens: Hugo Miguel. Confio que tenha um bom desempenho, que seja competente e imparcial. Porque é só isso que o Sporting Clube de Portugal pretende e exige.

 

PS: Vem agora a APAF, com muito jeitinho para não chatear ninguém, publicar este comunicado a dizer que dará todo o apoio a Fábio Veríssimo para o que se calhar vai ser coisa nenhuma, que a consciência é pesada:


«A linguagem dos agentes do futebol tem infuência directa na nossa sociedade. Quanto maior é o clube, maior é a visibilidade e, consequentemente, maior a responsabilidade nas palavras escolhidas. 
Ontem, vimos Sérgio Conceição, treinador do Futebol Clube do Porto, após o seu jogo, proferir ofensas graves à integridade humana e moral do árbitro Fábio Veríssimo e da sua equipa. É inadmissível que continuemos a aceitar este tipo de palavras e comportamentos em público como "normal no futebol". É urgente começar a medir as consequências das palavras proferidas.
A intenção foi clara, ferir o trabalho da arbitragem. No entanto, o resultado das palavras está à vista de todos e não foi a apologia uma discussão de decisões desportivas. Gerou-se o ódio e a irresponsabilidade, principalmente através da comunicação social e redes sociais.
Este não é o caminho certo, este é um caminho de retrocesso e irresponsabilidade.
O futebol também não é palco para ofensas, condenamos este comportamento e encaminhamos a queixa para todos os órgãos competentes. A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol dará todo o apoio jurídico ao árbitro Fábio Veríssimo e espera que este seja mais um mau exemplo que veremos condenado à luz da justiça dos órgãos competentes.
Por fim, deixamos uma palavra de solidariedade e desejo de rápidas melhoras ao atleta Eulânio Ângelo Chipela Gomes (Nanú), pois não existe resultado desportivo que esteja acima da vida humana.»

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