À tona no esgoto do Paço
A podridão costumeira que se vive no futebol português ficou bem patente nesta jornada. Um clube histórico optou por prejudicar-se, ao não permitir que o seu treinador dispusesse dos seus melhores jogadores, contra o actual líder do campeonato. A teia de interesses, que não do clube, demonstrou que a verdade desportiva, o fair-play, a ética ou que quer que nos faça acreditar na justiça do futebol, não mora aqui. A boçalidade das esfarrapadas desculpas mostra-nos que a bola entrar ou não na baliza, o mais importante afinal, apenas o é para o comum dos adeptos. Negociatas escuras, onde a verdade custa a descobrir, são o normal na suposta gestão actual de alguns clubes. Gostam de se arvorar em salvadores financeiros, de liderar opacas revoluções, pela enésima vez. Mas gostam mais de sentir o poder de colocar peças decorativas em lugares que lhes possam proporcionar eventuais ganhos. O evidente pacto de silêncio entre as partes é cumprido por aqueles que deles dependem. O pão custa a todos e nada melhor que ser servil para conseguir ficar com as côdeas desprezadas por quem as deixa cair.
O organismo que regula esta podridão está pelos vistos dependente financeiramente de dois clubes. A sua não acção, a forma como manteve um silêncio complacente, mostra qual a sua disposição para mudar a podridão que por aqui reina.