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És a nossa Fé!

A todos os níveis parece uma decisão má

Texto de Sol Carvalho

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A contratação de Rúben Amorim é "gestão danosa", independentemente de poder vir a dar certo ou não.

Explico-me. Dizem as regras do investimento que qualquer acto desse tipo deve obedecer a uma due diligence que avalia os seus diversos ângulos. Neste caso, contexto, organização, financeiro, desportivo, legal, ético, impacto na organização, etc. Faz também a avaliação do que se deve fazer para que o tal investimento dê certo.

Por tudo o que tem vindo a lume, para sustentar esta decisão de investir, a tal due diligence foi... zero! Derivou do rápido e fugaz sucesso em uma dezena de jogos e nada mais. Foi baseada num feeling de que pode resultar a partir de pressupostos psicológicos de quem tomou a decisão (porque até esses aspectos psicológicos deveriam constar da due diligence).

Dê certo ou errado (é obvio que espero que dê certo mas é apenas uma esperança), não é legítimo avaliar a decisão em função dum futuro resultado. A todos os níveis me parece uma decisão má. Logo, um acto de gestão danosa. Claro que, se der certo, todo o mundo vai dizer que foi um acto fantástico mas não se pode deixar que se tomem decisões assim numa sociedade por quotas que deve dar lucros.

 

O segundo aspecto é ético: Se não nos diferenciamos dos outros e usamos também as "margens legais" para desenvolver as nossas acções, que direito temos a atirar pedras quando o outro se esquece de assinalar um penálti? Pois é, foi tudo legal e o que interessa é o resultado.

 

Finalmente: num governo, um primeiro-ministro, quando toma uma decisão de fundo, tem pelo menos de se confrontar com o parlamento até para melhorar a proposta. Que mecanismos existem no Sporting (e no futebol em geral) para evitar que as decisões de um só homem (os presidentes) sejam tomadas com tamanha leviandade e sem escrutínio, como este exemplo demonstra? Como é que uma sociedade por quotas deixa que um só homem, sem qualquer due diligence séria, tome uma decisão que pode chegar a um investimento de 20 milhões? Ah sim, já me esquecia: é que o dinheiro não é dele...

Pois a anunciada mudança de paradigma deveria começar pelo estabelecimento de regras internas de gestão a que todos deveriam ser obrigados.

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