A super bock d´Avillez
Nós, sportinguistas, sabemos a razão pela qual chegámos ao Jamor e levantámos a Taça.
Para Filipe d´Avillez a explicação é outra, nada como ser ele a explicar-nos o que aconteceu (o padrinho é ele, refere-se a si próprio como "o padrinho" não deixa de ser irónico, para um benfiquista):
"Cabisbaixo, o padrinho pensa (...). Não consegue pensar em nada.
Quando chega a casa é recebido pela mulher, que pergunta como é possível terem perdido contra aquela gente [o padrinho chegava a casa vindo de Alvalade onde assistira a um fabuloso golo de Bruno Fernandes que eliminara o Benfica do, na altura, melhor treinador do mundo, Bruno Lage].
Despede-se de Isabel, a amiga que lá esteve a fazer companhia à mulher na sua ausência, que lhe diz que trouxe umas cervejas e que sobrou uma, que está no frigorífico. Agradece mas não liga muito. Não lhe apetece beber. Já na cozinha procurando os restos do jantar, abre o frigorífico e vê que a cerveja que sobrou é da marca errada. Ali mesmo, no seu frigorífico, à frente dos seus olhos, numa atitude de clara provocação. Abana a cabeça e desvia o olhar. Pelo menos a derrota está explicada." pág. 153
Este livro fala-nos da Taça de Portugal, conquistada pelo Sporting em 2019, duma perspectiva diferente, a ideia é ir acompanhando as equipas pequenas, o Casa Pia, curiosamente, treinado por Rubén Amorim (mais tarde, por Luís Loureiro) é um dos protagonistas desta edição a par do Vale Formoso, equipa dos Açores que foi perdendo jogos e galgando eleminatórias (o livro explica como).
Um bom livro com alguns lapsos uns mais desculpáveis que outros; "Marcel Kaizer" pág. 86, "O primeiro jogo da época é um Benfica-Sporting para a Supertaça em agosto. O sporting [sic] vence num jogo mal jogado" pág. 189.
Uma sugestão de leitura para quem gosta de futebol e de tudo o que o envolve, os adeptos, os coiratos e as cervejas, certas ou erradas.